Um dos modelos de publicação mais bem-sucedidos dos quadrinhos é o álbum europeu (ou “franco-belga” como é mais conhecido por lá). Com uma elaboração plástica superior e um conteúdo literário ausente nos comics em geral, o formato álbum já originou algumas das melhores criações da arte dos quadrinhos (Verão Índio, Companheiros do Crepúsculo e Tangências, para citar alguns favoritos). Recentemente, tive acesso a dois interessantes trabalhos: Predadores I lançado pela brasileira Devir (capa cartonada, 20cm x 28cm, 64 páginas, R$29,90) e Vidas a Contraluz da espanhola Diábolo (capa-dura, 22,5cm x 30cm, 72 páginas, 15 euros).
Escrita pelo belga Jean Dufaux e ilustrada pelo italiano Enrico Marini, a série Predadores foi lançada há dez anos, somando cinco volumes. A história se passa em Nova York, onde misteriosos assassinatos chamam a atenção da tenente Vicky Lenore e do detetive Benito Spiaggi. Avançando em sua investigação, a dupla de policiais acaba deparando com uma antiga e poderosa sociedade secreta. Mas os mistérios só começam a despontar quando os crimes investigados colocam em cena o que parecem ser duas raças de vampiros inimigas. Embora haja algum sangue derramado neste primeiro volume, os supostos vampiros não exibem as tradicionais presas afiadas.
Na verdade, os irmãos Camilla e Drago (principais destaques do álbum) preferem um estilo mais contido, trocando o terror, pela sensualidade. Se essa primeira edição não vai muito além de colocar as “peças no tabuleiro”, as primeiras cinquenta páginas de Predadores devem agradar a quem gosta de tramas envolvendo sociedades secretas. De qualquer forma, o melhor do álbum são suas imagens de traços elegantes, finalizadas com técnicas de pintura (algo que se tornou característica dos álbuns europeus). Com páginas atraentes e bem finalizadas, a HQ ainda nos brinda com cenas de sexo e belas personagens seminuas, não trazendo, contudo, todo o erotismo de outros quadrinhos europeus (de Manara ou Crepax, por exemplo).
Já Vidas a Contraluz, produzida pela dupla Raule e Roger, é uma coletânea de histórias curtas que haviam sido publicadas em 2002 e 2003. O trabalho dos autores evidencia um bom entrosamento que envolve o leitor na ambientação cotidiana de suas narrativas. O melhor fica por conta da primeira parte (“Amores Muertos”) que tem como tema central fantasmas; mas não os espectros das histórias de terror, e sim a lembrança e o vazio deixados pelos amores perdidos. Aqui também o erotismo e belas mulheres nuas são atrativos à parte, com páginas em que o sexo é bastante explícito e por vezes poético. Uma HQ para “gente grande”, o álbum da Diábolo narra dramas reais, com personagens não mais que humanos, em belas sequências ilustradas.
Em linhas gerais, Vidas a Contraluz é um trabalho bastante profissional, publicado de forma exemplar por uma pequena editora voltada aos quadrinhos do próprio país (repetindo a valorização dos autores locais que sempre beneficiou e fundamentou os álbuns europeus).
Escrita pelo belga Jean Dufaux e ilustrada pelo italiano Enrico Marini, a série Predadores foi lançada há dez anos, somando cinco volumes. A história se passa em Nova York, onde misteriosos assassinatos chamam a atenção da tenente Vicky Lenore e do detetive Benito Spiaggi. Avançando em sua investigação, a dupla de policiais acaba deparando com uma antiga e poderosa sociedade secreta. Mas os mistérios só começam a despontar quando os crimes investigados colocam em cena o que parecem ser duas raças de vampiros inimigas. Embora haja algum sangue derramado neste primeiro volume, os supostos vampiros não exibem as tradicionais presas afiadas.
Na verdade, os irmãos Camilla e Drago (principais destaques do álbum) preferem um estilo mais contido, trocando o terror, pela sensualidade. Se essa primeira edição não vai muito além de colocar as “peças no tabuleiro”, as primeiras cinquenta páginas de Predadores devem agradar a quem gosta de tramas envolvendo sociedades secretas. De qualquer forma, o melhor do álbum são suas imagens de traços elegantes, finalizadas com técnicas de pintura (algo que se tornou característica dos álbuns europeus). Com páginas atraentes e bem finalizadas, a HQ ainda nos brinda com cenas de sexo e belas personagens seminuas, não trazendo, contudo, todo o erotismo de outros quadrinhos europeus (de Manara ou Crepax, por exemplo).
Já Vidas a Contraluz, produzida pela dupla Raule e Roger, é uma coletânea de histórias curtas que haviam sido publicadas em 2002 e 2003. O trabalho dos autores evidencia um bom entrosamento que envolve o leitor na ambientação cotidiana de suas narrativas. O melhor fica por conta da primeira parte (“Amores Muertos”) que tem como tema central fantasmas; mas não os espectros das histórias de terror, e sim a lembrança e o vazio deixados pelos amores perdidos. Aqui também o erotismo e belas mulheres nuas são atrativos à parte, com páginas em que o sexo é bastante explícito e por vezes poético. Uma HQ para “gente grande”, o álbum da Diábolo narra dramas reais, com personagens não mais que humanos, em belas sequências ilustradas.
Em linhas gerais, Vidas a Contraluz é um trabalho bastante profissional, publicado de forma exemplar por uma pequena editora voltada aos quadrinhos do próprio país (repetindo a valorização dos autores locais que sempre beneficiou e fundamentou os álbuns europeus).