
Quem era criança ou adolescente no final dos anos 70, início dos anos 80, deve se lembrar dos desenhos desanimados com Homem de Ferro, Capitão América e os demais Vingadores. Não indo muito além das HQs originais da Marvel, às quais se dava algum movimento, locução e efeitos sonoros, aquelas animações primitivas conseguiam ser uma diversão bacana. Foi através delas que conheci o herói Thor e a miríade de personagens do reino mítico de Asgard, recriados para os quadrinhos por Stan Lee e Jack Kirby. Eu voltaria a encontrar aqueles personagens alguns anos depois, quando comecei de fato a ler e colecionar quadrinhos.
Além das HQs clássicas de Lee & Kirby, lembro-me em especial de uma fase do personagem, produzida por Walter Simonson. Os desenhos eram impactantes, as histórias interessantes e ainda ganhamos o personagem Bill Raio Beta, um alienígena que realizou a façanha de domar os poderes do Deus do Trovão. Em 1998, outra fase do personagem chamou a atenção, neste caso devido aos desenhos do talentoso John Romita Jr. Passada quase uma década, uma nova fase do Poderoso Thor mereceu a atenção dos leitores, em grande parte devido aos roteiros de J. Michael Straczynski, aos quais se somaram belas páginas e capas desenhadas por artistas como Olivier Coipel.
Trazendo o Deus do Trovão de volta do limbo, os roteiros misturam divindades nórdicas e a realidade de uma pacata cidadezinha do interior norte-americano. A influência de Sandman é evidente, sem falar na ideia dos deuses kirbyanos em corpos de simples mortais, que Straczynski parece ter copiado da minissérie Eternals, também escrita por Neil Gaiman. Apesar disso, misturando mitologia e temas tirados de páginas de jornais (como a destruição de Nova Orleans e os massacres de Darfur), o trabalho do roteirista agradou aos leitores. Tanto que, seguindo um padrão utilizado com o Homem de Ferro, alguns elementos dessas HQs de sucesso deverão parar no vindouro filme do Thor.
Numa dinâmica inversa, com a divulgação das primeiras cenas do longa dirigido por Kenneth Branagh, a Marvel passou a lançar uma enxurrada de títulos estrelados pelo Deus do Trovão. Começando com as minisséries Thor for Asgard, The Might Avenger e First Thunder, a onda inclui a nova série Ultimate Thor, além de especiais e da própria série regular do herói nórdico, que passou a ser escrita por Matt Fraction (que havia feito um bom trabalho na revista mensal do Homem de Ferro, atualizando-a e aproximando-a da versão cinematográfica do personagem). Em meio a tudo isso, um destaque vai para Tales of Asgard, que reeditou HQs clássicas de Lee & Kirby.
Enquanto o filme não estrear em maio de 2011, o que se pode esperar são mais e mais edições e promoção em torno do nome Thor, além de cenas com o martelo mágico Mjolnir. E caso o filme seja bem-sucedido, pode-se esperar que, assim como aconteceu com o Homem de Ferro, o Deus do Trovão se torne uma figura cada vez mais presente nos quadrinhos, animações e demais produtos Marvel. Fazendo assim de Thor um super-herói mais poderoso do que nunca.
8 comentários:
Depois que comecei a ler a Saga de Surtur de Walter Simonson, virei fã do thor.
E esta nova fase desenhada por Olivier Coipel é simplesmente fantastica.
Eu até que gostei dos desenhos dessa nova fase, Brandino, mas o roteiro não me empolgou tanto.
Prefiro a fase do Simonson!
Sim. a fase de simonson é bem melhor. mas nao estava falando do roteiro e sim da postura do thor. ta mais imponente, tanto fisicamente quanto na sua personalidade.
Isso tem a ver com o padrão "cinematográfico" que a Marvel está imprimindo aos seus quadrinhos em geral. Falarei mais disso na próxima postagem.
Meu velho,
Desde de Elektra eu tenho calafrios quando a Marvel anuncia seus filmes. O do Wolverine só confirma a tese. E os do Homem de Ferro desmentem a mesma tese. Então não sei o que esperar. Mas como você disse, é uma ótima oportunidade para produzirem mais histórias do Deus do Trovão. Com sorte teremos alguma republicação bacana por aqui das principais fases. E torçamos para que seja um bom filme...
Fala, Lillo!
Tem toda razão, não dá para se esperar nada ao certo em se tratando dos filmes de super-heróis. Homem-Aranha 2 foi execelente; o 3 um total fiasco.
Não sei, mas algumas cenas que vi da sala do trono de Odin não me animaram muito. Mas esperemos para ver.
Grande abraço!
Pra mimi a fase do Simonson foi a melhor de toda a história do Thor.
O Thor de Straczinski também ficou bom, mas nem se compara.
Acho que o filme ficará decente, se o nível for o mesmo dos dois Homem de Ferro.
Eu escrevi um texto sobre ele aqui:
www.fantasticocenario.wordpress.com/2010/10/14/thor-–-um-deus-entre-os-herois/
Até mais.
Para mim também, ao lado da fase original do Kirby.
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