18/10/2010
Todo poder ao Thor.
Quem era criança ou adolescente no final dos anos 70, início dos anos 80, deve se lembrar dos desenhos desanimados com Homem de Ferro, Capitão América e os demais Vingadores. Não indo muito além das HQs originais da Marvel, às quais se dava algum movimento, locução e efeitos sonoros, aquelas animações primitivas conseguiam ser uma diversão bacana. Foi através delas que conheci o herói Thor e a miríade de personagens do reino mítico de Asgard, recriados para os quadrinhos por Stan Lee e Jack Kirby. Eu voltaria a encontrar aqueles personagens alguns anos depois, quando comecei de fato a ler e colecionar quadrinhos.
Além das HQs clássicas de Lee & Kirby, lembro-me em especial de uma fase do personagem, produzida por Walter Simonson. Os desenhos eram impactantes, as histórias interessantes e ainda ganhamos o personagem Bill Raio Beta, um alienígena que realizou a façanha de domar os poderes do Deus do Trovão. Em 1998, outra fase do personagem chamou a atenção, neste caso devido aos desenhos do talentoso John Romita Jr. Passada quase uma década, uma nova fase do Poderoso Thor mereceu a atenção dos leitores, em grande parte devido aos roteiros de J. Michael Straczynski, aos quais se somaram belas páginas e capas desenhadas por artistas como Olivier Coipel.
Trazendo o Deus do Trovão de volta do limbo, os roteiros misturam divindades nórdicas e a realidade de uma pacata cidadezinha do interior norte-americano. A influência de Sandman é evidente, sem falar na ideia dos deuses kirbyanos em corpos de simples mortais, que Straczynski parece ter copiado da minissérie Eternals, também escrita por Neil Gaiman. Apesar disso, misturando mitologia e temas tirados de páginas de jornais (como a destruição de Nova Orleans e os massacres de Darfur), o trabalho do roteirista agradou aos leitores. Tanto que, seguindo um padrão utilizado com o Homem de Ferro, alguns elementos dessas HQs de sucesso deverão parar no vindouro filme do Thor.
Numa dinâmica inversa, com a divulgação das primeiras cenas do longa dirigido por Kenneth Branagh, a Marvel passou a lançar uma enxurrada de títulos estrelados pelo Deus do Trovão. Começando com as minisséries Thor for Asgard, The Might Avenger e First Thunder, a onda inclui a nova série Ultimate Thor, além de especiais e da própria série regular do herói nórdico, que passou a ser escrita por Matt Fraction (que havia feito um bom trabalho na revista mensal do Homem de Ferro, atualizando-a e aproximando-a da versão cinematográfica do personagem). Em meio a tudo isso, um destaque vai para Tales of Asgard, que reeditou HQs clássicas de Lee & Kirby.
Enquanto o filme não estrear em maio de 2011, o que se pode esperar são mais e mais edições e promoção em torno do nome Thor, além de cenas com o martelo mágico Mjolnir. E caso o filme seja bem-sucedido, pode-se esperar que, assim como aconteceu com o Homem de Ferro, o Deus do Trovão se torne uma figura cada vez mais presente nos quadrinhos, animações e demais produtos Marvel. Fazendo assim de Thor um super-herói mais poderoso do que nunca.
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8 comentários:
Depois que comecei a ler a Saga de Surtur de Walter Simonson, virei fã do thor.
E esta nova fase desenhada por Olivier Coipel é simplesmente fantastica.
Eu até que gostei dos desenhos dessa nova fase, Brandino, mas o roteiro não me empolgou tanto.
Prefiro a fase do Simonson!
Sim. a fase de simonson é bem melhor. mas nao estava falando do roteiro e sim da postura do thor. ta mais imponente, tanto fisicamente quanto na sua personalidade.
Isso tem a ver com o padrão "cinematográfico" que a Marvel está imprimindo aos seus quadrinhos em geral. Falarei mais disso na próxima postagem.
Meu velho,
Desde de Elektra eu tenho calafrios quando a Marvel anuncia seus filmes. O do Wolverine só confirma a tese. E os do Homem de Ferro desmentem a mesma tese. Então não sei o que esperar. Mas como você disse, é uma ótima oportunidade para produzirem mais histórias do Deus do Trovão. Com sorte teremos alguma republicação bacana por aqui das principais fases. E torçamos para que seja um bom filme...
Fala, Lillo!
Tem toda razão, não dá para se esperar nada ao certo em se tratando dos filmes de super-heróis. Homem-Aranha 2 foi execelente; o 3 um total fiasco.
Não sei, mas algumas cenas que vi da sala do trono de Odin não me animaram muito. Mas esperemos para ver.
Grande abraço!
Pra mimi a fase do Simonson foi a melhor de toda a história do Thor.
O Thor de Straczinski também ficou bom, mas nem se compara.
Acho que o filme ficará decente, se o nível for o mesmo dos dois Homem de Ferro.
Eu escrevi um texto sobre ele aqui:
www.fantasticocenario.wordpress.com/2010/10/14/thor-–-um-deus-entre-os-herois/
Até mais.
Para mim também, ao lado da fase original do Kirby.
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