28/11/2009

O Riso que Liberta.


Quando defendi minha tese de doutorado, em março de 2004, eu já tinha a ideia de adaptá-la para livro, uma forma que considero mais acessível e democrática que o texto acadêmico. Para tanto, segui o que havia feito com minha dissertação de mestrado, dividindo o texto em duas partes: uma primeira trazendo a discussão teórica da tese, uma outra com a analise da obra que serviu de objeto para a pesquisa, no caso a série Fradim produzida por Henfil entre as décadas de 1970 e 1980.

Este segundo livro, que intitulei “A revolução de Fradim”, continua inédito. Já o primeiro, que chamei de O Riso que Liberta: ou as origens da caricatura, foi lançado em 2007 pela editora Marca de Fantasia. Nele, faço um levantamento das origens históricas e apresento o desenvolvimento do que veio a ser o estilo caricatural e a linguagem da caricatura, bem como da charge e do cartum. É, portanto, um livro que tem como tema central o humor político, mas antes de tudo a caricatura como expressão estética da contestação, enquanto oposto da bela imagem clássica. Em suas páginas, seguimos numa viagem que nos leva da Grécia antiga à Europa renascentista, das revoluções urbanas dos séculos 17 e 18 às revoluções estéticas dos séculos 19 e 20. Nessa história, encontramos artistas célebres como Leonardo da Vinci, Hieronymus Bosch e William Shakespeare, Francisco Goya, Honoré Daumier e Pablo Picasso, assim como Angelo Agostini, Ziraldo e Henfil.

O Riso que Liberta é um texto para quem quer conhecer as origens da caricatura, e também saber mais sobre uma história artística e cultural menos conhecida e valorizada, que é a história ligada ao humor e ao realismo grotesco. Para quem estiver interessado, o livro pode ser adquirido diretamente com o editor:

O Riso que Liberta
112p, 13x19cm
R$15,00

24/11/2009

Quadrinhos & outros bichos.


Lançado em 2006 pela Marca de Fantasia, Quadrinhos & outros bichos foi meu segundo livro de textos sobre HQs. Trata-se de uma coletânea de artigos que escrevi entre o fim do mestrado e o início do doutorado. Em cada um dos textos, temos discussões sobre a utilização dos quadrinhos em diversas funções sociais, bem como sua interação com outras formas de comunicação e linguagens artísticas.

O artigo que abre a coletânea, “Quadrinhos, arte educativa ou tapeação didática?”, é uma adaptação do capítulo final de minha dissertação de mestrado sobre a revista Pererê de Ziraldo. Como o título sugere, ele trata exatamente da utilização didática dos quadrinhos e de suas possibilidades educativas. O artigo seguinte, “Interfaces culturais: da arte à publicidade, do grafite aos quadrinhos”, trata da utilização dos quadrinhos pela Pop Art e pela publicidade, bem como de sua interação criativa com o grafite. O artigo traz ainda um “Adendo: cerveja gelada, UGA UGA e massificação”, em que faço a análise do uso dos quadrinhos numa campanha de cerveja e numa telenovela. Completam o livro o artigo “A apaixonante arte dos quadrinhos” e um “Quadro Cronológico” que resumem minha concepção de o que é a arte dos quadrinhos, com um esboço de sua evolução ao longo dos últimos 180 anos.

Para quem ficou interessado, o livro está disponível diretamente com a editora Marca de Fantasia, podendo ser encomendado aqui:

Quadrinhos & outros bichos
76p, 12x18cm
R$11,00

20/11/2009

Um Mundo em Quadrinhos.


Comecei a escrever sobre quadrinhos em 1995, quando fui convidado a criar uma seção de crítica de quadrinhos para um jornal de Belo Horizonte (MG). Meus textos agradaram e o que era uma pequena coluna tornou-se uma página semanal. O trabalho prosseguiu e acabei convidado em 1996 a ir trabalhar em outro jornal, onde fiquei até novembro de 1998. Embora minha "carreira" como crítico de quadrinhos tenha sido interrompida ali, continuei escrevendo sobre essa arte num outro formato e com um outro fim.

Era então a vez de redigir minha dissertação de mestrado para a Faculdade de Educação da UFMG, que seria defendida em novembro de 1999. Essa pesquisa, que teve como objeto a série Pererê produzida por Ziraldo entre 1960 e 1964, deu origem a dois livros: o inédito "Pererê, uma aventura brasileira" e Um Mundo em Quadrinhos, lançado em 2005 pela editora Marca de Fantasia.

Aproveitando então o aniversário de dez anos da defesa de minha dissertação (ocorrida em 5 de novembro de 1999), faço aqui esta postagem convidando a todos para conhecer meu primeiro livro teórico sobre a arte dos quadrinhos. Ele pode ser encomendado diretamente com o editor, clicando aqui:

Um Mundo em Quadrinhos
68p, 14cm x 20cm
R$11,00

12/11/2009

Urbanoide contra a violência!


A revista teve que mudar de nome, mas o que importa é que já começa a circular a segunda edição da série de HQs com o personagem Urbanoide, que estamos produzindo para a Rádio Itatiaia / Fiat / Unimed-BH. Desta vez, o robô gentil tem como missão contar às crianças que a violência nunca é a melhor resposta quando temos uma divergência.

Como aconteceu na edição de estreia do personagem, o roteiro foi criado por mim e a HQ traz desenhos de Luhan Dias e cores de Cleber Campos. A inspiração para a capa de Pratique Gentileza n°2 foi o estilo Pop Art, com suas retículas ampliadas e sua utilização destacada das poses heroicas e das onomatopeias.

A revista será distribuída em escolas, universidades e eventos promocionais.

08/11/2009

MUIRAQUITÃ, personagens (4).


As Lendas (manifestações sobrenaturais baseadas em lendas do folclore): são os personagens secundários que aparecem como mistérios e desafios a serem enfrentados pelos protagonistas da série. Um exemplo é o Lobisomem: um homem amaldiçoado que nas noites de lua-cheia assume a forma híbrida do licantropo. Em nossa série, ele tem as feições de um lobo-guará e sua história está ligada às grandes fazendas de Goiás. Outro exemplo de monstro que aparece na série é o Bicho-Papão: um espectro monstruoso que sai à noite capturando crianças. Em nossa série, o Papão tem ligação com a história da mineração no Brasil colonial, tendo como palco a cidade de Ouro Preto. Outros personagens que aparecerão nos capítulos serão o sedutor e misterioso Boto do folclore amazônico e a lenda pernambucana do terrível assassino imortal Papa-Figo. Cada capítulo da série enfocará uma lenda, passando-se numa diferente região do país identificada com a figura folclórica em questão.

06/11/2009

MUIRAQUITÃ, personagens (3).


Professor Cornelius Flamarion (1,68 de altura, homem branco, cabelos brancos, olhos pretos, 68 anos de idade): membro-fundador da Sociedade de Estudos Sobrenaturais, ele é um profundo conhecedor de fenômenos sobrenaturais, além de grande apreciador de boas comidas. Ainda garoto, Cornelius e um amigo desvendaram o mistério do “Fantasma do Caraça”, uma assombração que rondava o famoso colégio religioso de Minas. Na juventude, ele descobriu e documentou o caso do “Pigmalião do Jequitinhonha”, cujas esculturas vivas causaram espanto geral e motivaram a formação da SES. Dizem ainda que Cornelius esteve envolvido com a famosa “Mulher de Branco”. Sempre simpático e paternal, "o Professor" (como é mais conhecido) agora percorre o país na companhia de Miguel e Luana para catalogar e se necessário intervir em fenômenos sobrenaturais. Ao longo do tempo, Cornelius coletou um rico repertório de informações que guarda no seu “Livro das Aventuras, Mistérios & Lendas”. Além disso, ele desenvolveu uma engenhoca chamada “Detector Folclorográfico”, um aparelho capaz de localizar e classificar eventos e seres sobrenaturais.

05/11/2009

MUIRAQUITÃ, personagens (2).


Luana Flamarion (1,72 m de altura, moça negra, cabelos pretos, olhos pretos, 18 anos de idade): depois que seu pai e sua mãe morreram num trágico incidente envolvendo um espírito maligno, Luana foi criada pelo avô Cornelius. Crescendo em meio a histórias sobre monstros e fantasmas, ela se tornou uma jovem corajosa e agora acompanha seu avô nas investigações da SES (embora o velho Cornelius tenha tentado evitar isso inicialmente e sempre se preocupe com a segurança de sua neta). Tendo sido consagrada por seus pais à Lua, Luana sente-se especialmente protegida à noite, quando os espíritos mais nefastos e as criaturas mais terríveis costumam atacar. Inteligente, ela aprendeu com o avô quase tudo sobre as principais lendas e criaturas sobrenaturais. Nas horas vagas, ela gosta de estar próxima da natureza, praticando esportes radicais e outras atividades que envolvam bastante ação. Apesar de ser alegre e dinâmica, a perda de seus pais é uma sombra em sua vida, e Luana jurou não descansar até encontrar o espírito maligno que causou a morte deles. Mas a jovem também cultivará outros sentimentos, após conhecer Miguel.

04/11/2009

MUIRAQUITÃ, personagens (1).


Miguel de Andrade (1,75 m de altura, rapaz branco, cabelos castanhos, olhos verdes, 20 anos de idade): estudante de Biologia nascido em Minas Gerais, Miguel é um indivíduo calmo, um tanto tímido e um pouco medroso (o que é compreensível se considerarmos que, de uma hora para outra, ele passa a ter de enfrentar lobisomens e bichos-papões). Racionalista, até encontrar e “se misturar” com o Muiraquitã, Miguel não acreditava em fenômenos sobrenaturais. Mas essa experiência e os estranhos fatos que ele passa a presenciar começam a mudar sua forma de ver as coisas. O que também muda, após o encontro com o Muiraquitã, é a cor de seus olhos, que deixam de ser castanhos para se tornarem verdes. Entre os poderes que o jovem adquire estão a capacidade de enxergar no escuro, uma maior agilidade para se movimentar, além da sensação de que “algo diz que...” algum fato especial está por acontecer. Depois de conhecer o Professor Cornelius e Luana Flamarion, Miguel acaba se juntando a eles como membro da Sociedade de Estudos Sobrenaturais - SES. Não demora muito também para o rapaz se apaixonar pela bela Luana.

03/11/2009

MUIRAQUITÃ: aventuras, mistérios e lendas.


Entre 2002 e 2004, produzi o álbum Muiraquitã, que lancei em 2006 e acabou recebendo o Troféu Casa dos Quadrinhos de Melhor História em Quadrinhos daquele ano. Em meados de 2007, ocorreu-me a ideia de adaptar a história original para uma série de álbuns, que traria histórias de aventura e mistério envolvendo lendas de nosso folclore. Nesse novo formato, a HQ ganharia cores, sendo dividida em volumes de cerca de 60 páginas, voltados ao público jovem.

(A história de Muiraquitã começa quando, numa viagem à Amazônia, o jovem Miguel de Andrade encontra um amuleto em forma de rã. O objeto mágico ganha então vida e se incorpora ao rapaz. Na busca para compreender esse estranho acontecimento, Miguel conhece o Professor Cornelius Flamarion e sua neta Luana. Ele se junta então à Sociedade de Estudos Sobrenaturais - SES, uma organização dedicada a desvendar casos envolvendo criaturas lendárias. A partir daí, acompanhamos os três personagens em investigações e viagens por diferentes regiões do Brasil.)

Coincidentemente, algum tempo depois de eu ter a ideia para transformar Muiraquitã numa série, recebi um convite do empresário Cristiano Seixas para desenvolver um projeto para animação. Fui em seguida apresentado ao trabalho do ilustrador Eduardo Damasceno, que além de ser um cara muito legal é uma verdadeira fera do desenho e seria perfeito para dar uma nova cara a meus personagens.

O projeto para a série de animação acabou não acontecendo, mas a ideia para os álbuns em cores ainda está viva e agora já conta com o novo visual dos personagens que trabalhei com Damasceno. E é exatamente isso que vocês poderão conhecer nesta e nas próximas postagens. Espero que curtam nosso trabalho!