01/11/2008

60 anos de Tex.

Bronc Peeler, Cisco Kid, Zorro, Lucky Luke, Ken Parker... A lista dos caubóis que já cavalgaram pelas páginas dos quadrinhos seria interminável. Influenciados pelos filmes de faroeste dirigidos por John Ford & Cia., desenhistas de quadrinhos em todo o mundo deram vida a heróis de mira certeira e coragem inabalável. Sem dúvida, o mais famoso desses justiceiros é Tex, que completou 60 anos em 2008. Por incrível que pareça, o caubói de maior longevidade e fôlego na história dos quadrinhos não surgiu nos Estados Unidos, palco histórico dos faroestes. Lançado em setembro de 1948, Tex Willer foi criado na Itália pelo roteirista Giovanni Luigi Bonelli e pelo desenhista Aurelio Galleppini. Publicadas em revistas semanais em forma de tirinhas, as primeiras aventuras de Tex conquistaram rápido sucesso, dando início a um império editorial (de que fazem parte as séries Zagor, Nathan Never, Martin Mystère, Dylan Dog, Ken Parker, entre outras). Apesar do sucesso duradouro, Tex é o produto de uma época. A ambientação no Velho Oeste e o elenco de personagens são inspirados nos filmes e quadrinhos norte-americanos, que alcançaram todo o mundo após a Segunda Guerra Mundial. Na Itália, como em outros países, essa influência levou desenhistas locais a copiarem as temáticas e os estilos ianques. Embora tenham sofrido alterações ao longo de seis décadas, as HQs de Tex mantiveram a característica que as fizeram tão populares: sua simplicidade. Tex Willer é um homem injustamente acusado, que deu início a uma cruzada para limpar seu nome e acabou tornando-se uma lenda-viva. Como longas novelas, suas histórias se dividem em capítulos e se estendem por várias edições, incluindo um vasto elenco de coadjuvantes. Ao lado do fiel companheiro Kit Carson, do pele-vermelha Jack Tigre, do mago Morisco e de seu filho Kit Willer, Tex enfrenta as mais estranhas aventuras que incluem misticismo e ficção científica. O romance fica por conta da participação de sua esposa, a índia Lírio Branco. Já os vilões, com exceção do bruxo Mefisto, são os pistoleiros e brutamontes que tradicionalmente povoam o Velho Oeste. Por serem tão simples e repetirem com tanta fidelidade os lugares-comuns do faroeste, algumas edições de Tex chegam a ser simplórias (constituindo exemplos de quadrinhos feitos meramente para o consumo rápido). Porém, há algo de inegavelmente positivo em Tex. Primeiro, o sucesso de sua revista possibilitou o surgimento de várias outras. Se a maioria repete a fórmula da matriz, algumas deram origem a séries de altíssima qualidade, como a obra-prima Ken Parker de Berardi e Milazzo. Outro fator importantíssimo é que, ao longo de 60 anos, a editora da família Bonelli empregou desenhistas italianos em suas revistas, ao invés de simplesmente editar HQs estrangeiras. Para os fãs de Tex, no entanto, o que importa mesmo é continuar celebrando as histórias desse carismático caubói.

4 comentários:

Lucas Pimenta disse...

Grande Wellington, por esse texto, parece-me que és um grande Fã de Ken Parker.

Dá uma conferida no nosso blog:

http://kenparker.blogspot.com

Parabéns pelo seu blog.
Muit bom!

Wellington Srbek disse...

Olá Lucas,
Realmente gosto muito do Ken Parker, que é o melhor quadrinho de faroeste já feito, e uma das obras-primas dessa arte. Preciso escrever algo sobre ele qualquer dia...
Vou conferir o blog. Grande abraço!

Lucas Pimenta disse...

Opa Wellington, então temos o mesmo pensamente em relação a Ken Parker.

Confira nosso blog, e não deixe de ver o nosso espaço Um dia de Milazzo.

Nele, vários artistas dão sua visão do personagem.

Confira também a nossa entrevista com Bira Dantas, entre outras.

Um forte abraço

Wellington Srbek disse...

Olá Lucas,
Tive o prazer de me encontrar rapidamente com Milazzo na entrega de um HQ MIX há alguns anos. Na ocasião até o presenteei com um exemplar do Estórias Gerais.
Já dei uma passada no blog, mas vou passear por ele mais calmamente depois.
Grande abraço!