A 3ª Bienal Internacional de Quadrinhos, realizada em Belo Horizonte em 1997, foi uma oportunidade única para se conhecer nomes de destaque dos quadrinhos, como Will Eisner ou Paolo Serpieri. Entre os convidados especiais do evento, estava o desenhista inglês Bryan Talbot. Tendo iniciado sua carreira no final dos anos 60, ele é mais conhecido no Brasil por seus trabalhos na minissérie The Nazz, na revista The Sandman e pela graphic novel Coração do Império. Num breve bate-papo no último fim de semana da Bienal, conversamos sobre sua experiência e opiniões sobre o mercado norte-americano de quadrinhos.
Nos últimos anos você tem trabalhado para editoras norte-americanas. Você também trocou a Inglaterra pelos EUA como fizeram outros quadrinistas britânicos?
Não, apesar de ter trabalhado com a DC e de lançar trabalhos pela Dark Horse, eu continuo vivendo na Inglaterra.
O que você pensa da “invasão britânica” dos quadrinhos norte-americanos, que aconteceu nos anos 80?
Foi uma coisa muito boa. Nós revitalizamos o cenário dos quadrinhos norte-americanos, trouxemos um novo estilo, uma nova vida para ele. Autores como Alan Moore e Neil Gaiman são muito cultos e colocam isso em suas histórias, trazendo mais inteligência para os quadrinhos.
Como você vê a “invasão japonesa” que acontece nos anos 90?
Ela está trazendo novos elementos, uma nova forma de contar histórias através de imagens e palavras. O que devemos condenar é o abuso. O único perigo é se as pessoas apenas copiarem esses quadrinhos. Mas se eles os utilizarem para criar algo novo será bom.
O que você acha do tipo de quadrinho publicado pela Image Comics?
Eles não têm o que me interessa nos quadrinhos, não passam de “abuso de testosterona”. Todos os personagens são grandalhões musculosos e superpoderosos. Todo mundo tem uma cabeça pequenininha e músculos incrivelmente desenvolvidos. Esses quadrinhos sacrificam a narrativa em favor de grandes painéis com imagens de impacto.
Sendo um “europeu”, você concorda que Yellow Kid seja o primeiro quadrinho a ser criado, ou você pensa que esta é uma linguagem mais antiga?
Sim, os quadrinhos são mais antigos, eles remontam à Idade Média. Mais tarde, no século XVII, pessoas como o cartunista William Hogarth produziram trabalhos utilizando imagens sequenciais. Depois houve o suíço Rodolphe Töpffer, no século XIX. Em 1886, foi lançada a primeira história em quadrinhos inglesa: Ally Sloper’s Half Holiday que é, portanto, anterior a Yellow Kid.
Qual deveria ser o caminho alternativo para aqueles que querem criar quadrinhos mais sérios que não lidem com super-heróis?
Apenas fazê-los e tentar publicá-los.
Nos últimos anos você tem trabalhado para editoras norte-americanas. Você também trocou a Inglaterra pelos EUA como fizeram outros quadrinistas britânicos?
Não, apesar de ter trabalhado com a DC e de lançar trabalhos pela Dark Horse, eu continuo vivendo na Inglaterra.
O que você pensa da “invasão britânica” dos quadrinhos norte-americanos, que aconteceu nos anos 80?
Foi uma coisa muito boa. Nós revitalizamos o cenário dos quadrinhos norte-americanos, trouxemos um novo estilo, uma nova vida para ele. Autores como Alan Moore e Neil Gaiman são muito cultos e colocam isso em suas histórias, trazendo mais inteligência para os quadrinhos.
Como você vê a “invasão japonesa” que acontece nos anos 90?
Ela está trazendo novos elementos, uma nova forma de contar histórias através de imagens e palavras. O que devemos condenar é o abuso. O único perigo é se as pessoas apenas copiarem esses quadrinhos. Mas se eles os utilizarem para criar algo novo será bom.
O que você acha do tipo de quadrinho publicado pela Image Comics?
Eles não têm o que me interessa nos quadrinhos, não passam de “abuso de testosterona”. Todos os personagens são grandalhões musculosos e superpoderosos. Todo mundo tem uma cabeça pequenininha e músculos incrivelmente desenvolvidos. Esses quadrinhos sacrificam a narrativa em favor de grandes painéis com imagens de impacto.
Sendo um “europeu”, você concorda que Yellow Kid seja o primeiro quadrinho a ser criado, ou você pensa que esta é uma linguagem mais antiga?
Sim, os quadrinhos são mais antigos, eles remontam à Idade Média. Mais tarde, no século XVII, pessoas como o cartunista William Hogarth produziram trabalhos utilizando imagens sequenciais. Depois houve o suíço Rodolphe Töpffer, no século XIX. Em 1886, foi lançada a primeira história em quadrinhos inglesa: Ally Sloper’s Half Holiday que é, portanto, anterior a Yellow Kid.
Qual deveria ser o caminho alternativo para aqueles que querem criar quadrinhos mais sérios que não lidem com super-heróis?
Apenas fazê-los e tentar publicá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário