12/07/2010

SOLAR na Mundo dos Super-Heróis!


Na edição mais recente da revista Mundo dos Super-Heróis, saiu uma elogiosa matéria sobre a SOLAR. O pessoal da revista acertou em cheio com o título “Inimigo dos clichês de super-heróis”, pois fugir aos lugares-comuns dos quadrinhos comerciais foi realmente um dos objetivos deste trabalho. Para quem não conferiu na edição impressa, fica aqui uma reprodução da matéria, com meus agradecimentos ao pessoal da Mundo dos Super-Heróis pela divulgação do trabalho.

Criado em 1994 e publicado em sua versão original entre 1996 e 1998, Solar começou a ser reformulado em 2004, tendo sido relançado em 2009 nas edições SOLAR: Renascimento e SOLAR: Solo Sagrado. Quem ficou interessado e ainda não conhece as histórias desse herói brasileiro com poderes xamanísticos, as revistas podem ser adquiridas diretamente comigo ou através do link na capinha reproduzida na coluna ao lado. Várias outras informações sobre o personagem e prévias das revistas podem ser conferidas clicando no marcador SOLAR logo abaixo.

24 comentários:

Lillo Parra disse...

Meu velho, eu ainda não conheço o Solar. Tá na hora de corrigir isso...

Wellington Srbek disse...

Meu caro Lillo, você já pode começar aqui pelo blog ou pelo http://www.maisquadrinhos.com.br - neles você encontrará textos sobre a trajetória do personagem e prévias das edições.
As revistas você pode encontrar à venda aí em São Paulo, na HQ MIX e na Comix eu creio, ou pode comprar pelas opções que falo na postagem. Acho que vai gostar!
Abraços!

Flávio Kteno disse...

Mas ainda bem que foi reformulado né Wellington, porque a primeira versão era totalmente clichê de super-heróis. Acho que só faltou você arrumar outra profissão para o Gabriel, pois repórter já tinhamos dois ilustres representantes da Marvel e DC.
E quando poderemos esperar novas edições do Solar?

Wellington Srbek disse...

Bom, Flávio, acho que você não leu a primeira versão, pois ela estava muito longe de ser "totalmente clichê de super-heróis". A estrutura tinha a ver com o herói trágico grego e a origem do personagem já tinha a ver com o xamanismo e a mitologia indígena brasileira, o que em 1994 era algo bem original.
Na primeira versão, o Gabriel era fotógrafo, mas as HQs dele apresentavam os clichês e lugares-comuns subvertendo-os.

Flávio Kteno disse...

A versão original não é a que está disponibilizada no + quadrinhos? Li a primeira história e achei muito diferente da versão "Renascimento". Vou ler de novo e depois comento aqui.
Abraços.

Wellington Srbek disse...

A única HQ disponível atualmente no Mais Quadrinhos é a versão mangá do Solar que saiu na Caliban como uma HQ dentro da HQ (numa postagem anterior eu expliquei o processo de criação dessa história, que é a mais convencional do Solar em termos de ação, embora tenha um lance metalinguístico como base).
Caso queira conferir, você encontra a coletânea da Solar à venda num sebo de BH que faz parte da Estante Virtual.
Abraço!

Flávio Kteno disse...

Ah... Então foi isso. Achei que a versão Mangá era a versão original.

Wellington Srbek disse...

Não, a HQ em estilo mangá é um lance de metalinguagem que eu bolei na época: se o Solar existisse de verdade, alguém acabaria inventando uma revista em quadrinhos para faturar em cima, e essa revista teria bastante ação e seria num estilo que já fazia sucesso na época, o mangá. Essa HQ foi na verdade a penúltima da versão original do personagem e na revista (Caliban n°7) ela tem mais duas páginas que deixam claro o lance da metalinguagem.
Agora eu reproduzi no saite como uma HQ de aventura mesmo, no estilo mangá.

Pablo B. Souza disse...

Parabéns pela matéria, Wellington! Cara, andei meio sumido por que estive me preparando para seleção de mestrado. Abandonei alguns projetos pela metade: entre eles, o de conhecer melhor o Solar. Depois que adquiri o "Renascimento", não nos comunicamos mais. Queria obter também o "Solo Sagrado". Como faço? Aquele mesmo esquema de depositar pra você? E, afinal, quando saem as adaptações do Machado?

Wellington Srbek disse...

Olá Pablo,
Rapaz, realmente há um tempão não nos falamos!
Sobre Solo Sagrado, você tem duas opções: comprar direto comigo pelo esquema de depósito, ou comprar na loja virtual da Leitura Savassi (o link está na capinha da revista na coluna ao lado). Se quiser comprar comigo, escreva para o meu e-mail que vemos os detalhes.
Sobre as adaptações machadianas, Dom Casmurro ainda não está sendo desenhada. Já Memórias Póstumas deve estar agora na gráfica! Não tenho ainda a data de lançamento, mas assim que tiver, vocês ficarão sabendo aqui. Posso adiantar que a HQ finalizada ficou bem bacana!
Abraço!

Pablo B. Souza disse...

Tenho certeza que sim. Alguns meses atrás, deixei uma postagem no meu blog manifestando minha expectativa em relação às adaptações machadianas que vêm por aí. http://patadoguaxinim.blogspot.com/2010/02/machado-de-assis-em-muitos-quadrinhos.html

Te mando o e-mail para acertar o lance do Solar.

Forte abraço.

Wellington Srbek disse...

Emendando sua postagem, Pablo, posso dizer que da minha parte não há nenhum espírito de competição. Mesmo porque, eu não sabia que outras pessoas estavam adaptando Dom Casmurro, quando produzi o roteiro da minha versão. No final, o que importa é termos quadrinhos de qualidade que sejam versões fiéis aos clássicos. Em breve, todos poderão conferir nosso trabalho em Memórias Póstumas!

Pablo B. Souza disse...

Legal, Wellington. Achei muito interessante essa "disputa" (obviamente involuntária) para adaptar as grandes obras machadianas. Pra mim, foi muito curioso ver dois projetos concomitantes sendo produzidos. Imagino que os autores terão que lidar com a crítica no que tange a eventuais comparações (isso pode ser muito chato pra vocês, mas talvez seja muito legal para os quadrinhos). Como eu disse, nesse filão das adaptações, quem sai vitorioso é o quadrinista nacional. E o leitor, obviamente, que pode curtir grandes enredos literários numa outra linguagem. A propósito, tive a oportunidade de conhecer o portfólio que o J.B. Melado disponibilizou na net. Muito bom, cara! Estou torcendo para que o êxito seja grande e ansioso para ver o resultado.

Wellington Srbek disse...

Fala, Pablo!
Rapaz, eu não sei se vão rolar comparações nas críticas, mesmo porque os trabalhos podem sair em épocas diferentes e isso não faria muito sentido na minha opinião. Acho que a boa crítica vai avaliar cada trabalho em si e, no máximo, em comparação ao clássico do Machado.
O Melado é um gênio do desenho! Em Memórias Póstumas, o traço que ele empregou é diferente daquele estilo mais hachurado que aparece na maioria das imagens que ele disponibilizou. O estilo de nosso álbum é aquele da página 49 que eu disponibilizei aqui.
Abraços!

Pablo B. Souza disse...

É verdade, Wellington! Conjecturar sobre a repercussão da obra é meio besteira. Mas vejo que, mais do que o inconveniente das comparações (muitas delas imbecis), há nisso uma possibilidade de discutir sobre os quadrinhos: Por que tal desenhista optou por representar determinada situação dessa forma e o outro não? Por que tal roteirista escolheu transpor aquela passagem do livro utilizando mais ou menos quadros/páginas do que o outro? Não digo sobre quem fez melhor ou fez pior, mas pq formas diferentes de adaptar a mesma coisa? A resposta parece ser óbvia tendo o foco na obra literária - basta pensar na questão da recepção como uma outra forma de produção: a minha leitura é diferente da leitura dos outros. Mas, se pensar nos quadrinhos, a coisa fica mais instigante. Quais são as possibilidades dos quadrinhos? Enfim, são questões possíveis somente através de adaptações literárias (eu acho). É uma coisa que eu sempre quis fazer com as adaptações de Cartomante, mas, por mera preguiça, nunca fiz. Se você souber de algum debate nesse sentido, peço que me indique. Tenho muito interesse.

Wellington Srbek disse...

Neste sentido, Pablo, seria realmente uma forma interessante para se discutir as escolhas autorais. Mas nem seria necessário se fazer comparações entre duas adaptações, pois se você pegar o texto original e a adaptação de um quadrinista, já pode estabelecer uma discussão interessante sobre as escolhas autorais dele. Porque uma adaptação que transponha o livro ipsis litteris para os quadrinhos não é uma boa adaptação, pois possivelmente não será uma boa história em quadrinhos. Acredito que uma adaptação deva ser fiel ao original (sem inventar coisas que não exitem no original, por exemplo), mas ela também deve ser uma interpretação criativa para a linguagem dos quadrinhos.
Bom, é mais ou menos assim que eu vejo isso...

Flávio Kteno disse...

Olá Wellington. Apesar do título da reportagem da "Mundo dos Super Heróis", há quem veja muitas semelhanças entre o Solar e outro conhecido personagem dos quadrinhos. Veja o comentário postado em outro Blog: http://cyberpimenta.blogspot.com/search/label/Coluna%20do%20Nino?&max-results=4

Wellington Srbek disse...

Não encontrei nada no link que você passou, então não tenho como responder a seu comentário.

Flávio Kteno disse...

Conheço o autor. Vou pedir que ele mesmo escreva aqui no Blog. Vai dar uma boa discussão.

Wellington Srbek disse...

Se quiser, é só reproduzir o texto aqui que eu respondo, pois no link que tinha indicado não apareceu nada.

Flávui Túlio disse...

Demorou, mas aí vai: Retirado do Blog "Cyberpimnta.blogspot.com"

ALGO NOVO OU MAIS DO MESMO?

Posted by ncamini on sexta-feira, 13 de agosto de 2010 | 3 Comments

Prevendo a tragédia que se abaterá sobre seu povo, um homem tido como sábio elabora um plano para livrar seu único filho do destino que levará toda sua civilização à extinção. Assim, seu primogênito é embarcado em direção à outra realidade, onde cresce sem saber de sua herança, até o dia que entra em contato com um símbolo de seu povo. A partir dessa experiência, ele “recebe uma visita astral” de seu pai e se descobre detentor de um poder derivado do sol. Agora, capaz de voar, ele atende ao chamado heróico de pessoas em perigo, utilizando-se pela primeira vez de seus poderes para ajudar àqueles que vivem no lugar que o adotou, sendo posteriormente cercado e tido como um ser sobrenatural. Assim, nasce o super-herói, onde antes existia o homem.
Se sua primeira reação foi achar que eu estava fazendo um resumo meia-boca do Superman recontado por John Byrne e Dick Giordano, não se culpe. Até mesmo eu achei que estivesse escrevendo sobre o Superman. Mas o personagem em questão é o SOLAR do roteirista mineiro Wellington Srbek, cuja origem e história foram reformuladas e relançadas pelo mesmo em 2008 (corrijam-me se errar alguma data).

O grande objetivo desse meu primeiro post não é tecer uma crítica ao roteiro ou desmerecer o talento do Srbek (é inegável para quem leu Estórias Gerais), mas para contradizer uma pequena matéria postada na revista Mundo dos Super-Heróis n.22 e que tem como título: INIMIGO DOS CLICHÊS DE SUPER-HERÓIS. Nessa matéria, a MSH afirma “como é possível fazer uma boa história de super-heróis sem seguir os clichês dos gibis norte-americanos”. Penso que isso seja sim bastante possível, contudo esse não é o caso do Solar.

A minha grande irritação com a matéria é devido ao fato que não se assume que nossa grande influência está sim nos clichês dos gibis norte-americanos; inclusive na negação desses clichês nas inúmeras sátiras (vide Angeli, Maurício de Souza... e por aí vai). E quando não se assume a relação direta dessas influências, cria-se um preconceito imenso contra aquelas outras histórias que “descaradamente” incorporam os clichês para tentar reproduzir seu encanto de infância, quer sejam as inspiradas nos Pulps, revistas de terror ou gibis de super-heróis. E não há deméritos nisso. Uma história bem contada, ainda que recheada de lugares-comuns, ainda é uma história boa e que vale a pena ser lida. Então, não entendo essa necessidade de se negar um fato tão óbvio, inclusive com a negação do que é óbvio: os quadrinhos brasileiros ainda são um reflexo daquele que se faz nos Estados Unidos (apesar de que tenho visto um aumento da influência dos quadrinhos que se fazem pelo resto do mundo).

O Solar é sim um clichê quando reconta a origem recontada do Superman, adaptando-a à realidade do Brasil. Mas também é inédita quando busca na tradição brasileira os elementos que são passíveis de adaptação à história. Reafirmo que sua qualidade não está no fato de abandonar ou usar de clichês, mas quando assumindo isso faz algo que pode ser muito bom. O Solar não é um inimigo dos clichês de super-heróis. Dizer isso, é negar uma leitura mais atenta à história ou superestimar nossa capacidade de abandonar uma influência que viceja há muito tempo no imaginário “super-heroístico” do brasileiro. Como fãs de super-heróis, ainda somos todos filhos de Action Comics #01.



Nino Camini - Disléxico, Atônito e Aleatório.

Neste link acho que dá pra ver a comparação de algumas imagens:
mhtml:mid://00000004/#12a716643ad000be_2

Flávio Túlio disse...

Tentei reproduzir o texto aqui mas ultrapassou o limite de caracteres. Tente de novo esse link:

http://cyberpimenta.blogspot.com/2010/08/algo-novo-ou-mais-do-mesmo.html

Acho que é só copiar e colar na barra do navegador que vai dar certo.

Wellington Srbek disse...

Tenho três coisas a dizer sobre o comentário.
Primeiro que, em 1996, quando lancei o Solar original, escrevi num texto de apresentação que meu personagem: 'voaria e enfrentaria desafios similares aos do Super-Homem dos anos 80 e trabalharia como fotógrafo, passando por dificuldades semelhantes às do Homem-Aranha dos anos 70' (http://maisquadrinhos.blogspot.com/2009/01/solar-um-heri-brasileiro.html). Portanto, eu fui a primeira pessoa a assumir a ligação do Solar original com os quadrinhos de super-heróis.
A segunda coisa que tenho a dizer é que seu amigo pode entender de clichês de super-heróis, mas desconhece as tradições culturais humanas. Afinal, a descrição que ele faz se encaixa na figura do Super-Homem, mas meu trabalho na verdade é um eco da história de Moisés - se prestar um pouco de atenção, verá que tem um barco, um rio, uma mãe, um filho...
Por fim, a matéria da Mundo dos Super-Heróis está corretíssima, pois o maior clichê dos quadrinhos de super-heróis, a luta entre super-herói e supervilão, inexiste na nova versão de Solar (lançada em 2009 e não em 2008 como diz o comentário). Nas 96 páginas dessa nova versão, meu personagem não dá sequer um soco.
Enfim, todo mundo tem direito a opinião, mas eu também tenho direito de responder quando a crítica não procede.

Wellington Srbek disse...

Mais sobre Solar: http://maisquadrinhos.blogspot.com/2010/09/solar-numa-enciclopedia-espanhola.html