10/02/2009
Quadrinhos em tempos de guerra (II).
Muitas coisas podem ser ditas sobre a guerra. Uma delas certamente é que guerra não é coisa de criança. No entanto, alguns quadrinhos da Segunda Guerra Mundial contrariam essa afirmação. Um exemplo é Commando Cubs, série da editora Nedor que mostrava cinco garotos participando de missões, nas quais lutam contra soldados alemães ou japoneses (como vemos na capa ao lado, ilustrada por Alex Schomburg). O fato é que, empunhando armas, dirigindo tanques, navegando submarinos ou pilotando aviões, os “filhotes de comando” enfrentam e matam soldados inimigos. Num quadrinho voltado ao público infantil, que traz até alguns elementos de humor, a violência praticada por crianças e adolescentes passa despercebida, quase como a aventura de uma turma de amigos (exceto pelo fato, é claro, de que suas armas não são de brinquedo).
Mesmo considerando o contexto, não consigo deixar de me espantar com o absurdo dessa série de quadrinhos e a insensibilidade dos editores, que pareciam exclusivamente preocupados em vender revistas e promover o esforço de guerra de seu país. Na parte de baixo da capa, vemos até uma convocação para que se compre “títulos e selos de guerra, para a vitória!”.
(O arquivo de imagem que ilustra esta postagem também foi conseguido no saite Cover Browser, que tem um excelente repertório de capas de quadrinhos clássicos e modernos.)
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2 comentários:
Sem dúvida é revoltante. Mas isso não ficava só nos quadrinhos, não. Os desenhos animados não ficavam atrás no quesito de lavagem cerebral nas crianças... Tinham campanhas explícitas de compra de títulos de guerra protagonizadas pelo Pernalonga e pelos 7 anões, fora as histórias durante os desenhos em que a turma do Mickey combatia soldados inimigos e o Popaye dava uma lição no Brutus por não querer ir à guerra. Jogo sujo.
Valeu pelo complemento, Aline!
Havia também animações nazistas usando o Mickey, sem falar em cançõezinhas nas quais as crianças exaltavam seu amor por Hitler, dizendo que ele era tudo e que morreriam por ele. Ou seja, a mais pura e simples doutrinação ideológica.
As coisas hoje estão, pelo menos, um pouco mais sutis, porque esse Commando Cubs realmente passava dos limites.
Beijo!
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