09/02/2009

Quadrinhos em tempos de guerra (I).


Durante a Segunda Guerra Mundial, os quadrinhos tiveram um importante papel como veículos de propaganda nacionalista e mobilização em favor do esforço de guerra. Um dos exemplos mais claros disso é o Capitão América, super-herói que já enfrentava soldados nazistas mesmo antes de seu país entrar oficialmente no conflito. Criado pela dupla Joe Simon e Jack Kirby, o personagem foi lançado pela Timely Comics (que daria origem à Marvel) na revista Captain America Comics #1, datada de março de 1941. Na capa de sua edição de estréia, vemos o herói super-nacionalista dando um soco no próprio Adolf Hitler, enquanto soldados alemães disparam contra ele. Se não bastasse a chamativa ilustração, um texto na capa promete uma aventura emocionante, quando o “Capitão América fica cara a cara com Hitler”. De quebra, o “jovem aliado do Capitão América, Bucky” bate continência para o jovem leitor, ao qual aquela revista se dirigia.

Em alguns meses, muitos desses leitores, seus irmãos ou pais estariam há milhares de quilômetros de suas casas, matando ou sendo mortos por outros jovens ou homens que também estavam há milhares de quilômetros de suas casas, lutando numa guerra bárbara e injustificável.

(O arquivo de imagem que ilustra esta postagem foi conseguido no saite Cover Browser, que tem um excelente repertório de capas de quadrinhos clássicos e modernos.)

6 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, é impressionante pensar que foi nesse contexto de propaganda de guerra que nasceu o Capitão América...

Amalio Damas disse...

A guerra é sempre bárbara e injustificável Wellington, principalmente quando descobrimos que os soldados são bucha de canhão para manter os magnatas dominando o mundo e o máximo que recebem são medalhinhas ou homenagens póstumas.

Wellington Srbek disse...

Rubens, a mim não impressiona esse fato, pois o Capitão América foi realmente um personagem montado com um fim de propaganda nacionalista.

Wellington Srbek disse...

Quem acompanhar o blog nesta semana, Amalio, perceberá claramente que sou, por princípios, alguém contra a guerra, que é algo bárbaro. Só um detalhe em meu texto é que, para mim, o "injustificável" da Segunda Guerra Mundial estava em sua origem, que foram os delírios nacionalistas de alemães e japoneses, com suas políticas expansionistas e militaristas. Porque, por outro lado, a entrada na guerra dos chamados "países aliados" foi algo totalmente necessário, pois contra forças como o Nazismo pode não haver outra resposta, infelizmente. Não é à toa que Churchil teria dito na época: "Se Hitler invadir o Inferno, eu fico do lado do Diabo".
Abraço!

Anônimo disse...

Essa capa é realmente fantástica! Deixa muito claros as intenções e o contexto da criação do cap. América... Valeu pela indicação do site, tem muita coisa lá!
E obrigada também pelos últimos textos, matérias excelentes. Indiquei pro pessoal da faculdade!

Wellington Srbek disse...

Olá querida Aline,
Muito bom revê-la por aqui e muito obrigado pela indicação!
Teremos mais capas interessantes como esta, pois minha idéia é fazer uma postagem por dia nesta semana, dentro da série "Quadrinhos em tempos de guerra". Sempre com a capa acompanhada de um comentário da simbologia envolvida.
Beijos!