Lançada nos Estados Unidos em 1999, Promethea foi a melhor série dos quadrinhos norte-americanos nos últimos dez anos. Tendo estreado no Brasil na quarta edição da Pixel Magazine, a HQ foi publicada mensalmente até o número 15 da revista, estando programada para retornar na quarta edição da Fábulas Pixel. Enquanto isso, para quem perdeu a primeira oportunidade, está sendo lançada Promethea: Livro 1, coletânea com os seis primeiros capítulos da fascinante viagem criada por Alan Moore, J.H. Williams III e Mick Gray.
A história começa com a universitária Sophie Bangs às voltas com a pesquisa para sua monografia de final de curso. O tema de seu trabalho é “Promethea”, uma personagem recorrente na cultura popular moderna, cujo nome liga um poema do século 18 a ilustrações, livros e quadrinhos do século 20. Tudo muda quando, perseguida por uma entidade assassina, a jovem acaba assumindo a identidade da personagem que estudava. A partir daí, sua vida é tomada por estranhos acontecimentos que a levam numa viagem iniciática pelos mundos da magia e da imaginação, tudo isso envolto em elementos de fantasia e metalinguagem.
O primeiro capítulo concentra-se na origem de Promethea e no processo que levou Sophie a assumir o manto da semi-deusa de Imatéria. A partir do segundo, o enfoque são os desafios que a nova heroína terá que enfrentar: de demônios enviados por uma organização chamada O Templo, passando pelo Lobo Mau e por homens-crocodilo imaginários. Entre os personagens coadjuvantes destacam-se Stacia, a amiga de Sophie que rende os momentos de humor da série, as cinco versões anteriores de Promethea, que auxiliarão a novata em sua iniciação, e Jack Faust, uma encarnação sinistra do João do pé-de-feijão.
Um dos melhores trabalhos de Alan Moore, Promethea impressiona pela densidade narrativa e a intercalação de ocultismo, história, literatura e quadrinhos. A primeira página da HQ nos leva ao ano 411 e também a um mergulho direto numa das temáticas centrais da série: a magia e como ela estaria ligada à imaginação e à realidade. Em seguida, somos levados a uma Nova York futurista, onde conhecemos a trajetória literária da personagem Promethea. A partir daí, tramas paralelas e informações incidentais surgem como complemento para o enredo principal que, por sua vez, divide-se em diferentes contextos narrativos.
Para completar, o bom desenvolvimento da trama é apresentado numa narrativa quadrinística originalíssima. Temos aí o que faz de Promethea uma HQ singular: a inspirada colaboração estabelecida entre o roteirista e os desenhistas. A cada capítulo, diagramações de página incomuns vão se tornando a marca registrada da série, com suas páginas duplas e frisos que sugerem composições de mosaicos ou vitrais. Mais que isso, os belos desenhos de J.H. Williams III e Mick Gray, auxiliados pelas cores e efeitos digitais, alcançam a façanha de superar o roteiro, em alguns momentos. E pode se dizer que o trabalho deles só melhora com o tempo!
Promethea é uma recriação do gênero super-heróis, com elementos de ocultismo, história, literatura e metalinguagem. Em outros termos, ela é fundamentalmente uma obra “inspirada”, cuja própria protagonista é uma personificação da imaginação, ou como ela mesma se define: “a centelha mais intensa da arte / toda inspiração / todo desejo”. Nestas palavras e na forma como a personagem é desenhada, fica evidente também que Promethea é uma homenagem não só à musa da inspiração, mas ao universo feminino e às musas reais que inspiram artistas e escritores. Mesmo porque, como já foi comprovado cientificamente, Deus não colocou no mundo outro ser mais fascinante e enigmático, adorável e terrível do que a mulher.
Promethea: Livro 1 tem capa cartonada e 176 páginas em formato 17cm x 24cm, sendo vendido ao preço de R$41,90. Os únicos “senões” ficam por conta do formato reduzido, da tradução que deixa a desejar e do preço um pouco salgado. Mas, se você não conhece esta fantástica HQ e ainda está em dúvida se compra ou não esta coletânea, não pense duas vezes! Para quem quiser saber mais sobre Promethea e os quadrinhos de Alan Moore, incluindo uma entrevista exclusiva com J. H. Williams III, basta clicar nas palavras em destaque abaixo.
A história começa com a universitária Sophie Bangs às voltas com a pesquisa para sua monografia de final de curso. O tema de seu trabalho é “Promethea”, uma personagem recorrente na cultura popular moderna, cujo nome liga um poema do século 18 a ilustrações, livros e quadrinhos do século 20. Tudo muda quando, perseguida por uma entidade assassina, a jovem acaba assumindo a identidade da personagem que estudava. A partir daí, sua vida é tomada por estranhos acontecimentos que a levam numa viagem iniciática pelos mundos da magia e da imaginação, tudo isso envolto em elementos de fantasia e metalinguagem.
O primeiro capítulo concentra-se na origem de Promethea e no processo que levou Sophie a assumir o manto da semi-deusa de Imatéria. A partir do segundo, o enfoque são os desafios que a nova heroína terá que enfrentar: de demônios enviados por uma organização chamada O Templo, passando pelo Lobo Mau e por homens-crocodilo imaginários. Entre os personagens coadjuvantes destacam-se Stacia, a amiga de Sophie que rende os momentos de humor da série, as cinco versões anteriores de Promethea, que auxiliarão a novata em sua iniciação, e Jack Faust, uma encarnação sinistra do João do pé-de-feijão.
Um dos melhores trabalhos de Alan Moore, Promethea impressiona pela densidade narrativa e a intercalação de ocultismo, história, literatura e quadrinhos. A primeira página da HQ nos leva ao ano 411 e também a um mergulho direto numa das temáticas centrais da série: a magia e como ela estaria ligada à imaginação e à realidade. Em seguida, somos levados a uma Nova York futurista, onde conhecemos a trajetória literária da personagem Promethea. A partir daí, tramas paralelas e informações incidentais surgem como complemento para o enredo principal que, por sua vez, divide-se em diferentes contextos narrativos.
Para completar, o bom desenvolvimento da trama é apresentado numa narrativa quadrinística originalíssima. Temos aí o que faz de Promethea uma HQ singular: a inspirada colaboração estabelecida entre o roteirista e os desenhistas. A cada capítulo, diagramações de página incomuns vão se tornando a marca registrada da série, com suas páginas duplas e frisos que sugerem composições de mosaicos ou vitrais. Mais que isso, os belos desenhos de J.H. Williams III e Mick Gray, auxiliados pelas cores e efeitos digitais, alcançam a façanha de superar o roteiro, em alguns momentos. E pode se dizer que o trabalho deles só melhora com o tempo!
Promethea é uma recriação do gênero super-heróis, com elementos de ocultismo, história, literatura e metalinguagem. Em outros termos, ela é fundamentalmente uma obra “inspirada”, cuja própria protagonista é uma personificação da imaginação, ou como ela mesma se define: “a centelha mais intensa da arte / toda inspiração / todo desejo”. Nestas palavras e na forma como a personagem é desenhada, fica evidente também que Promethea é uma homenagem não só à musa da inspiração, mas ao universo feminino e às musas reais que inspiram artistas e escritores. Mesmo porque, como já foi comprovado cientificamente, Deus não colocou no mundo outro ser mais fascinante e enigmático, adorável e terrível do que a mulher.
Promethea: Livro 1 tem capa cartonada e 176 páginas em formato 17cm x 24cm, sendo vendido ao preço de R$41,90. Os únicos “senões” ficam por conta do formato reduzido, da tradução que deixa a desejar e do preço um pouco salgado. Mas, se você não conhece esta fantástica HQ e ainda está em dúvida se compra ou não esta coletânea, não pense duas vezes! Para quem quiser saber mais sobre Promethea e os quadrinhos de Alan Moore, incluindo uma entrevista exclusiva com J. H. Williams III, basta clicar nas palavras em destaque abaixo.
4 comentários:
Há duas séries que eu estou à espera de sairem em formato "Absolute"... Esta é uma delas, a outra é "Fables" !
Realmente, bongop, Promethea em formato ampliado, capa-dura e impressão de luxo ficaria um livro belíssimo!
Olá! Obrigada por me apresentar o universo dos quadrinhos até então desconhecido para mim. Certamente é uma "ilha" com muito a oferecer para navegantes como eu! "A mim só interessam as ilhas desconhecidas."
Olá, Ariane, seja bem-vinda! Há muitas paisagens interessantes te aguardando nessas terras desconhecidas dos quadrinhos.
Mas devo também te agradecer então pelas passagens poéticas abertas por seu blog e pelos blogs de seus amigos.
Volte sempre!
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