Originalmente uma minissérie em duas partes, The Big Guy and Rusty foi lançada pelo selo Legend da Dark Horse, em 1995. O roteiro de Frank Miller e a minuciosa arte de Geof Darrow brincam com o universo dos quadrinhos e filmes japoneses de monstros e robôs. A história começa quando um grupo de cientistas japoneses (envolvidos numa experiência genética) dá vida a um maléfico monstro ancestral. Como acontece nos filmes de Godzilla, a gigantesca criatura passa então a arrasar Tóquio. Além de toda a destruição (que inclui explosões e desabamentos de prédios causados pelas chamas que o lagarto gigante lança), a “gosma” que cai da boca do monstro tem a estranha propriedade de transformar homens em répteis monstruosos. Incapaz de vencer a criatura com suas armas convencionais, o exército japonês coloca em ação um protótipo secreto: Rusty, o garoto robô.
Rusty é inegavelmente uma referência a Astro Boy, personagem criado pelo mestre dos quadrinhos japoneses, Osamu Tezuka. O Astro Boy original era um pequeno robô, com feições de criança e movido a energia nuclear, que lutava contra monstros e vilões. É exatamente isso que Rusty é (aliás, este não era o nome do menino que acompanhava o cão Rin Tin Tin em suas aventuras no Forte Apache?). Mas o pequeno Rusty (que na HQ de Miller representa o Japão) não consegue vencer o dragão gosmento. Desesperados, os líderes japoneses resolvem colocar o “orgulho nacional” de lado e pedem socorro a The Big Guy (um robô gigante que tem o design arredondado e os frisos metálicos dos carros e geladeiras dos anos 50). Como é óbvio que o “Grandalhão” representa os Estados Unidos, o final da história você pode imaginar.
Ao resgatar o universo temático das HQs e filmes dos anos 50, Miller não utilizou apenas seus personagens (robôs e monstros), como copiou o estilo dos textos. O proposital excesso de adjetivos e o uso de jargões, como “The Big Guy is on the move!” (O Grandalhão está a caminho!), reforçam a figura do herói e a dramaticidade dos ataques do monstro. E como nas antigas HQs, o herói que representa os Estados Unidos chega na última hora para salvar o mundo. Mas, deixando de lado o ufanismo de Miller, os desenhos em The Big Guy and Rusty merecem um destaque à parte. Cada um dos quadros de Darrow é uma galeria de minuciosos e às vezes quase imperceptíveis detalhes. A minúcia visual, na reconstituição de Tóquio ou no desenho de cada personagem em cena, sugere um domínio da técnica pouco comum nos quadrinhos em geral, além de uma paciência quase oriental. Em uma das cenas, o monstro estraçalha um vagão do metrô, lançando ao ar estilhaços de metal; o que não se nota a princípio é que, em meio aos estilhaços, Darrow desenhou dezenas de pessoas voando pelos ares (mórbido, mas tecnicamente impressionante).
Após o sucesso da minissérie original, que ganhou prêmios pela arte de Darrow, foram lançadas uma reedição reunindo as 65 páginas da HQ, além de uma nova edição, The art of The Big Guy and Rusty, sem texto e em preto e branco. No fim dos anos 90, os personagens criados por Miller e Darrow ganharam uma série de desenhos animados para a tevê.
Rusty é inegavelmente uma referência a Astro Boy, personagem criado pelo mestre dos quadrinhos japoneses, Osamu Tezuka. O Astro Boy original era um pequeno robô, com feições de criança e movido a energia nuclear, que lutava contra monstros e vilões. É exatamente isso que Rusty é (aliás, este não era o nome do menino que acompanhava o cão Rin Tin Tin em suas aventuras no Forte Apache?). Mas o pequeno Rusty (que na HQ de Miller representa o Japão) não consegue vencer o dragão gosmento. Desesperados, os líderes japoneses resolvem colocar o “orgulho nacional” de lado e pedem socorro a The Big Guy (um robô gigante que tem o design arredondado e os frisos metálicos dos carros e geladeiras dos anos 50). Como é óbvio que o “Grandalhão” representa os Estados Unidos, o final da história você pode imaginar.
Ao resgatar o universo temático das HQs e filmes dos anos 50, Miller não utilizou apenas seus personagens (robôs e monstros), como copiou o estilo dos textos. O proposital excesso de adjetivos e o uso de jargões, como “The Big Guy is on the move!” (O Grandalhão está a caminho!), reforçam a figura do herói e a dramaticidade dos ataques do monstro. E como nas antigas HQs, o herói que representa os Estados Unidos chega na última hora para salvar o mundo. Mas, deixando de lado o ufanismo de Miller, os desenhos em The Big Guy and Rusty merecem um destaque à parte. Cada um dos quadros de Darrow é uma galeria de minuciosos e às vezes quase imperceptíveis detalhes. A minúcia visual, na reconstituição de Tóquio ou no desenho de cada personagem em cena, sugere um domínio da técnica pouco comum nos quadrinhos em geral, além de uma paciência quase oriental. Em uma das cenas, o monstro estraçalha um vagão do metrô, lançando ao ar estilhaços de metal; o que não se nota a princípio é que, em meio aos estilhaços, Darrow desenhou dezenas de pessoas voando pelos ares (mórbido, mas tecnicamente impressionante).
Após o sucesso da minissérie original, que ganhou prêmios pela arte de Darrow, foram lançadas uma reedição reunindo as 65 páginas da HQ, além de uma nova edição, The art of The Big Guy and Rusty, sem texto e em preto e branco. No fim dos anos 90, os personagens criados por Miller e Darrow ganharam uma série de desenhos animados para a tevê.
4 comentários:
Não sei se é exatamente esta a qüinquagésima postagem, Wellington. Mas acredite: já tem material de sobra para lançar um belo livro sobre memórias do quadrinhos editado no país. Torço, desde já, por isso. Abração do leitor assíduo, Paulo Ramos.
Já saiu no Brasil essa HQ? Por qual editora?!
Grande Paulo!
A sugestão para o livro é muito boa! Meu problema é conseguir uma editora. Como você sabe, nem meus livros sobre a Pererê e a Fradim saíram ainda. Uma editora aí de São Paulo me enrolou por três anos, mas acabou não lançando... Bom, se tiver alguma sugestão de editora para o livro do blog, avise por favor por e-mail. Abraço!
Olá Thales,
Até onde sei, a HQ ainda está inédita no Brasil. O desenho animado creio que chegou a ser exibido na tevê. Mas você pode conseguir comprar a HQ pelo link da Dark Horse que está no texto.
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