O quarto número da Pixel Magazine trouxe sua já estabelecida mistura ABC/Wildstorm/Vertigo. Mas aquela edição se destacou, pois (ao lado de Hellblazer, Planetary e Histórias do Amanhã) a revista trouxe a estréia da série Promethea. Criada por Alan Moore, J.H. Williams III e Mick Gray, Promethea é uma das melhores séries de quadrinhos dos últimos dez anos, na qual os leitores tomam parte numa jornada pelos mistérios da magia e da sensibilidade humana.
Lançada nos Estados Unidos em agosto de 1999, a série tem como protagonista a universitária Sophie Bangs que, às voltas com sua monografia de fim de curso, acaba mergulhando no universo do folclore e da cultura popular. Porém, o que começa como apenas uma pesquisa acadêmica acaba transformando-se numa fantástica viagem iniciática, quando a própria Sophie assume a identidade de Promethea.
Sendo ótimas HQs, os doze primeiros capítulos da série mostram a aprendizagem e desenvolvimento da nova Promethea. Já os capítulos 13 a 23 são nada menos que um curso de iniciação à Cabala e ao Ocultismo, na forma de belíssimas revistas em quadrinhos. E embora essa parte “cabalística” da série tenha desagradado a alguns leitores (pois várias edições não mostram muito mais que duas personagens conversando enquanto caminham), por sua vez os capítulos 24 a 32 guardam um surpreendente desfecho para os fiéis leitores.
Intrincada mistura de ficção e História, quadrinhos e literatura, a série é povoada de participações especiais, que vão de Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau, aos magos John Dee e Aleister Crowley. Uma boa mostra disso já é dada na edição de estréia, que traz um texto no qual Alan Moore cria uma biografia literária para Promethea, com direito a citações à série Little Nemo de Winsor McCay e à cartunista Margie criadora da Luluzinha, entre outros autores e personagens. Para os leitores brasileiros, chama atenção a referência a Hy Brasil, a ilha mítica celta que foi a verdadeira fonte de inspiração para o nome de nosso país (como corretamente aponta Moore, e como nos ensinou há mais de 50 anos o historiador Sérgio Buarque de Holanda).
Quanto ao visual, Promethea é um capítulo à parte na história dos quadrinhos. Contando com diagramações de página inventivas, desenhos detalhados, arte-final precisa e cores bem dosadas, as primeiras HQs da série são, na verdade, uma introdução ao que vem pela frente. Com emprego de diferentes estilos de desenho, técnicas de finalização e colorização, os capítulos que se seguem vão se tornando experiências visuais distintas, que variam de acordo com ambiente e temática de cada roteiro, num precioso exemplo de quadrinho-arte. O apuro artístico chega a tal ponto que muitas vezes o trabalho de J.H. Williams III, Mick Gray & Cia. consegue a façanha de superar o texto de Moore.
Sobre a edição da Pixel, embora a qualidade de impressão seja evidente, Promethea mereceria uma revista própria com mais capítulos por mês, ou mesmo uma publicação já em livro. Pode-se até dizer que, na revista de estréia, a capa pintada por Alex Ross saiu melhor do que na edição original norte-americana (onde foi um pouco escondida por uma moldura). Por outro lado, num trabalho tão complexo e elaborado como esse, para o benefício dos leitores, é preciso cuidar-se da tradução, evitando erros e mantendo os trechos com versos rimados (o que não acontece em alguns pontos do primeiro capítulo, que ficaram sem rima ou mesmo errados).
Foi uma espera de 8 anos para que os leitores brasileiros conhecessem Promethea, uma das melhores criações do mago Alan Moore. Os capítulos dessa verdadeira ode à magia e à imaginação continuam sendo publicados mensalmente pela editora Pixel.
Lançada nos Estados Unidos em agosto de 1999, a série tem como protagonista a universitária Sophie Bangs que, às voltas com sua monografia de fim de curso, acaba mergulhando no universo do folclore e da cultura popular. Porém, o que começa como apenas uma pesquisa acadêmica acaba transformando-se numa fantástica viagem iniciática, quando a própria Sophie assume a identidade de Promethea.
Sendo ótimas HQs, os doze primeiros capítulos da série mostram a aprendizagem e desenvolvimento da nova Promethea. Já os capítulos 13 a 23 são nada menos que um curso de iniciação à Cabala e ao Ocultismo, na forma de belíssimas revistas em quadrinhos. E embora essa parte “cabalística” da série tenha desagradado a alguns leitores (pois várias edições não mostram muito mais que duas personagens conversando enquanto caminham), por sua vez os capítulos 24 a 32 guardam um surpreendente desfecho para os fiéis leitores.
Intrincada mistura de ficção e História, quadrinhos e literatura, a série é povoada de participações especiais, que vão de Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau, aos magos John Dee e Aleister Crowley. Uma boa mostra disso já é dada na edição de estréia, que traz um texto no qual Alan Moore cria uma biografia literária para Promethea, com direito a citações à série Little Nemo de Winsor McCay e à cartunista Margie criadora da Luluzinha, entre outros autores e personagens. Para os leitores brasileiros, chama atenção a referência a Hy Brasil, a ilha mítica celta que foi a verdadeira fonte de inspiração para o nome de nosso país (como corretamente aponta Moore, e como nos ensinou há mais de 50 anos o historiador Sérgio Buarque de Holanda).
Quanto ao visual, Promethea é um capítulo à parte na história dos quadrinhos. Contando com diagramações de página inventivas, desenhos detalhados, arte-final precisa e cores bem dosadas, as primeiras HQs da série são, na verdade, uma introdução ao que vem pela frente. Com emprego de diferentes estilos de desenho, técnicas de finalização e colorização, os capítulos que se seguem vão se tornando experiências visuais distintas, que variam de acordo com ambiente e temática de cada roteiro, num precioso exemplo de quadrinho-arte. O apuro artístico chega a tal ponto que muitas vezes o trabalho de J.H. Williams III, Mick Gray & Cia. consegue a façanha de superar o texto de Moore.
Sobre a edição da Pixel, embora a qualidade de impressão seja evidente, Promethea mereceria uma revista própria com mais capítulos por mês, ou mesmo uma publicação já em livro. Pode-se até dizer que, na revista de estréia, a capa pintada por Alex Ross saiu melhor do que na edição original norte-americana (onde foi um pouco escondida por uma moldura). Por outro lado, num trabalho tão complexo e elaborado como esse, para o benefício dos leitores, é preciso cuidar-se da tradução, evitando erros e mantendo os trechos com versos rimados (o que não acontece em alguns pontos do primeiro capítulo, que ficaram sem rima ou mesmo errados).
Foi uma espera de 8 anos para que os leitores brasileiros conhecessem Promethea, uma das melhores criações do mago Alan Moore. Os capítulos dessa verdadeira ode à magia e à imaginação continuam sendo publicados mensalmente pela editora Pixel.
9 comentários:
Cara, a Pixel Magazine, em especial a Promethea esta me deixando maluco e pobre, por que é todo mês religiosamente eu compro essa revista !
Já ah muito tempo que isso não ocorre comigo de fica mega ansioso de chega o mês seguinte comprar essa revista... Por que se depender do Homem Aranha, vai fica assim por muuuuiitooo tempo, felizmente (ou não.).
Um Abraço de seu padawan favorito Srbek.
Eu sempre ouço falarem bem a Pixel Magazine... Mas eu já destino muito do meu rico dinheiro a séries que eu já estou acostumado... Prefiro não arriscar e ficar viciado em mais uma...
O #10, "Sex, Stars, and Serpents" é dos melhores comics que já li. Alan Moore em estado puro!
Parabéns pelo excelente blog, de que sou visitante assíduo.
Olá, Marcus, vejo então que minhas aulas no curso te fizeram bem! Que a força esteja com você, meu jovem aprendiz!
Pois se eu fosse você, Hiroshi, deixava de comprar alguma revista de super-herói e passava a comprar a Pixel Magazine, pois Promethea é tudo que eu falo no texto e mais ainda!
"Sex, Stars & Serpents" é uma das melhores HQs que já li! Nela, magia e erotismo são combinados de forma bela e poética.
e la vai eu... comecar a gastar com a tal da Promethea... aff.. e la se vao meus preciosos caraminguas pra conhecer a beldade... creio q valerá a pena.. alias, me corrija se estiver errada: nao exitem muitas HQ's com mulheres protagonistas não é vero??? se existem, entao quais os melhores, segundo sua sempre certeira opinião???
abracos querido...
Olá Freyja,
Promethea é uma escolha acertada na certa! É o tipo do quadrinho que se a pessoa não gostar, o problema não está no quadrinho. Além da coletânea (em formato reduzido, com os 6 primeiros capítulos), você ainda pode conseguir encontrar as edições originais da Pixel Magazine n°s 4 a 15 (em formato original e com os 12 primeiros capítulos da série). Tem alguns saites como a (Banca2000) e lojas (como a Leitura Savassi de Belo Horizonte) que estão vendendo essas edições a ótimos preços.
Sobre as mulheres protagonistas nos quadrinhos, de fato, elas são raras. Temos a Mafalda, a Grauna, a Valentina, a Rê Bordosa, a Mônica e a Mulher Maravilha, além de algumas personagens de álbuns e séries européias.
Abraço!
Na minha lista acima ficou faltando, é claro, a Luluzinha! Uma das primeiras protagonistas dos quadrinhos.
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