06/11/2007

80 anos de Hugo Pratt, 40 anos do Corto Maltese.


Na história dos quadrinhos, alguns autores criaram trabalhos inovadores, estabelecendo um estilo que influenciou decisivamente a trajetória desta arte. Como exemplos destes criadores de “escolas” podemos citar Will Eisner, Jack Kirby, Osamu Tezuka, Moebius e, sem dúvida alguma, Hugo Pratt. Se estivesse vivo, o quadrinista italiano teria completado 80 anos em 2007, ao mesmo tempo em que sua maior criação, o personagem Corto Maltese, completa 40 anos.

Hugo Pratt nasceu em 15 de junho de 1927. Seu pai era um militar simpatizante do fascismo, mas Pratt definia a si mesmo como um libertário. E de fato a mensagem de liberdade é o que melhor caracteriza suas histórias e desenhos. A infância passada em Veneza e na Abissínia proporcionaram ao desenhista os primeiros contatos com as fontes de inspiração para seu trabalho: os romances de aventura, os quadrinhos clássicos e o encontro do europeu com outros povos.

Após a morte de seu pai, Pratt retornou à Itália, onde iniciou a carreira de quadrinista em 1945. Suas primeiras HQs renderam-lhe um convite para trabalhar em editoras na Argentina. Para elas, Pratt desenhou várias séries, das quais a mais conhecida é Sargento Kirk, escrita por Héctor Oesterheld. Apaixonado por viagens e descobertas, ele logo se lançaria para outras terras, tendo trabalhado na Inglaterra, França e até no Brasil. Retornando à Itália, no início dos anos 60, o desenhista com espírito cigano trabalhou em adaptações de romances para os quadrinhos. Então, em 1967, Pratt lançou “A Balada do Mar Salgado”, história em que aparece pela primeira vez o herói Corto Maltese.

O sucesso do personagem, que levaria Pratt à consagração internacional, começou na França em 1969. Neste mesmo ano, surgiu Os Escorpiões do Deserto, série que se passa na África durante a Segunda Guerra, reproduzindo uma realidade que o quadrinista conheceu diretamente. Além de ter desenhado centenas de páginas de quadrinhos, Hugo Pratt também escreveu romances e os álbuns Verão Índio e O Gaúcho, ilustrados por Milo Manara. Seus últimos trabalhos foram os álbuns , com a última aparição do Corto Maltese, e O Último Vôo, inspirado na obra O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry. Dono de uma poética muito particular, que faz de seus quadrinhos obras inesquecíveis, o mestre italiano faleceu na Suíça em 20 de agosto de 1995.

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