24/06/2013

Novo Solar: personagens.

24 de junho: Dia de São João Batista  primo e precursor de Jesus na crença cristã. Para os antigos Incas e seus descentes, dia do Inti Raymi, a “Festa do Sol”, ligada ao solstício de inverno no hemisfério sul. Nesta data tão auspiciosa, venho divulgar as primeiras imagens da nova versão do personagem Solar!

Na prancha que ilustra esta postagem, encontramos os principais personagens da nova HQ, no belo traço e cores do talentoso Rafael Vasconcellos – também e mais conhecido pelo pseudônimo Abel.

Sendo meu principal projeto pessoal nos últimos tempos, o roteiro para o álbum do novo Solar já está pronto, e as primeiras páginas da HQ estão sendo concluídas agora pelo Abel. Aguardem, pois vai valer muito a pena...


(Enquanto a nova versão de Solar não chega, saiba mais sobre o personagem aqui: http://maisquadrinhos.com.br/).

22/06/2013

Novidades da NEMO: Os Companheiros do Crepúsculo!

Considerado um dos melhores álbuns de quadrinhos já produzidos, Os Companheiros do Crepúsculo se passa na Idade Média durante a Guerra dos Cem Anos. A história é centrada nos personagens do Cavaleiro, Mariotte e Anicet, em sua busca por redenção ou pela simples sobrevivência. Misturando fantasia e lutas sangrentas, cenas cotidianas e um tom de erotismo, um dos destaques desta obra-prima das HQs é o belo e detalhado traço do autor, que transporta os leitores para os cenários e o clima da época. Imperdível para quem gosta de grandes histórias e para os amantes da arte dos quadrinhos!

240 páginas em cores, capa dura, formato 24cm x 32cm

21/06/2013

Novidades da NEMO: Coleção Moebius – Caos!

Neste volume que conclui a fantástica Coleção Moebius da Editora Nemo, encontramos ilustrações, HQs curtas e desenhos produzidos pelo artista na fase clássica de seu trabalho e também para seus cadernos pessoais. Um dos fundadores da revolucionária revista Métal Hurlant, Moebius transformou a estética da ficção científica, influenciando criadores em todo o mundo. Este álbum é propriamente uma bela e caótica reunião de diversos trabalhos desse grande gênio dos quadrinhos e da ilustração.

88 páginas, capa dura, formato 24cm x 32cm

20/06/2013

Estórias Gerais na França!

Arnaud Vin, diretor executivo da Nemo, assinou contrato com a editora francesa Sarbacane para publicar uma HQ nacional na França: o premiado álbum Estórias Gerais, roteiro de Wellington Srbek desenhado pelo mestre Flavio Colin. Esta HQ, produzida em 1998 e publicada de forma independente em 2001, ganhou os mais importantes prêmios nacionais (os troféus HQ MIX de “Melhor Graphic Novel Nacional” e “Melhor Roteirista Nacional”, e os troféus Angelo Agostini de “Melhor Roteirista”e “Melhor Desenhista”), recebendo uma versão espanhola em 2006, uma reedição brasileira em 2007 e sua "edição definitiva" em 2012 pela editora Nemo, com as páginas no tamanho em que foram desenhadas. É esta versão que ganhará edição francesa, com lançamento previsto para 2014.

Ou seja, no próximo ano, Antônio Mortalma estará falando e atirando em francês!

14/06/2013

Brasil, mas que “República” é esta?

Nasci em 1974. A antiga República brasileira completava então 85 anos; e aquela velha senhora dava sinais de que não ia nada bem. Após viver uma crise da meia-idade nos anos 30, com o Estado Novo ditatorial de Vargas, a República brasileira vivia a pior fase de uma nova Ditadura militar instaurada em 1964, e que ainda se prolongaria por mais de uma década. Nossa República não tinha na época nada de democrática, estava decrépita e necessitava urgentemente de ares de liberdade.

Mas esse sopro de liberdade só começaria a ventilar em 1979, com a Lei da Anistia, que permitiu o retorno ao país de vários exilados políticos. E ainda teríamos que chegar a 1985 para termos um civil ocupando o cargo de presidente da república, ainda que ele não tenha sido eleito de forma direta, e que quem assumiu o cargo não tenha sido sequer aquele eleito indiretamente. A derrota do movimento das Diretas Já, em 1984, foi o primeiro susto na nova República que lutava para nascer. O falecimento do presidente eleito indiretamente pelo Colégio Eleitoral, o Sr. Tancredo Neves, com a posse de seu vice, o Sr. José Sarney, não foram bons augúrios para a nossa recém-nascida República democrática.

A primeira eleição direta para presidente viria apenas em 1989, com a escolha do Sr. Fernando Collor de Mello, um midiático “caçador de marajás” e “salvador da pátria”. Mas ele acabaria envolvido em denúncias de corrupção, tendo sido destituído de seu cargo pelo Congresso Nacional, que não pôde ignorar as matérias que circulavam na imprensa ou as manifestações nas ruas, de pessoas com camisas pretas e caras pintadas em faixas de verde e amarelo. Presidente destituído, assumiu seu vice, o Sr. Itamar Franco, que aos trancos e barrancos nos ajudou a manter nossa democracia, de quebra estabelecendo uma tão desejada estabilidade monetária, após anos de planos econômicos frustrados, sucessivas trocas de moeda e inflação fora de controle.

Quem tem idade ou interesse o bastante para ler este texto sabe bem o que veio depois: 8 anos de Governo FHC, seguidos de 8 anos de Governo Lula, o primeiro com seu autoritarismo e privatizações nebulosas, o segundo com seu populismo e denúncias de compra de apoio parlamentar. Ainda assim, nossa democracia prosseguiu, e elegemos a presidente Dilma, para um excelente início de mandato em 2011, que agora vai se tornando algo que ninguém sabe muito bem para que lado vai. Ainda temos eleições diretas, mas depois da violenta repressão policial aos manifestantes, na quinta-feira 13 de junho em São Paulo, endossada pelas três esferas do poder constituído, eu me pergunto: o que temos além de uma democracia formal, de irmos às urnas de vez em quando para votar? O que é esta "República" brasileira?

Volto então àquela velha senhora nascida em 1889. Nascida por meio de anseios de parte da elite brasileira, descontente com o governo do Imperador Dom Pedro II. Nascida, não se deve esquecer, por meio de um golpe de Estado militar. Pois, como relatou uma testemunha dos fatos, na proclamação da república no Brasil não houve uma efetiva participação do povo: “que assistiu a tudo aquilo bestializado”. E aí está talvez a grande contradição política de nosso país, pois, se “república” traduz-se como “coisa pública”, não pode haver algo “público” sem propriamente a participação do povo. E sem bases republicanas, de participação, direitos e deveres, não há democracia que se estabeleça de fato e plenamente.

Quando se instaurou o regime republicano no Brasil, escolheu-se para nossa bandeira o lema positivista: “Ordem e Progresso”, privado de seu terceiro elemento: "Amor". E isso diz muito do país que se formou nas décadas e no século que se seguiram. Em nome da “ordem pública” e do “progresso econômico”, as manifestações populares foram e têm sido regularmente reprimidas pela força policial. Mas a verdade é que nenhuma república se faz sem a participação do povo, e nenhuma democracia se mantém sem o respeito pela liberdade de expressão. A nova República nascida em 1985, que ganhou sua certidão de nascimento com a “Constituição Cidadã” de 1988, não veio para seguir os passos de sua antecessora de 1889, embora muitas vezes esteja repetindo os mesmos erros. 

Mas uma cidade, um estado, um país não são seus prédios, suas fábricas, suas fazendas. Um país é seu povo. E somos muito mais que a “Pátria de Chuteiras”. E podemos ser muito mais do que somos hoje. Se trabalharmos de fato por isso, podemos vir a ser um país justo, democrático e, é claro, verdadeiramente republicano.

(Ilustra esta postagem uma versão da bandeira do Brasil desenhada por Henfil, grande brasileiro, defensor da democracia e da liberdade, falecido há 25 anos.)