Entre
muitos fãs de quadrinhos, estabeleceu-se o consenso de que, nas chamadas “trilogias”
de super-heróis, o terceiro filme é sempre mais fraco que os dois primeiros. Embora
isso não seja um fato científico, desde o ano 2000, trilogias como X-Men e Homem-Aranha parecem fundamentar plenamente
essa ideia.
Seguindo-se
ao enorme sucesso de Os Vingadores e
cercado de muita expectativa, Homem
de Ferro 3 prometia contrariar a “maldição do terceiro filme”, equiparando-se
ou até mesmo superando seus antecessores. Teria ele conseguido tal façanha? Como milhares e
milhares de leitores de HQs, fui ao cinema neste final de semana para tirar a prova...
E
a resposta é: não. Embora Homem de Ferro
3 não chegue a ser um filme ruim, nem de longe alcança a qualidade do
excepcional Homem de Ferro ou os
melhores momentos do bem dosado Homem deFerro 2. O terceiro filme da série começa bem e a participação de Ben Kingsley (caracterizado como terrorista muçulmano à la Bin
Laden) dá tom e força à produção.
As
demais atuações, capitaneadas por Robert Downey Jr., não deixam a desejar e a
qualidade dos efeitos visuais (com toda uma coleção de novas armaduras) é a esperada de uma produção do Marvel Studios. No
entanto, quando a história começa a se desenrolar, com a trama envolvendo a
tecnologia “extremis” (da já clássica HQ de Warren Ellis e Adi Granov), o filme
também começa a perder força.
A
sensação é que falta a Homem de Ferro 3
a qualidade estrutural do primeiro e a energia narrativa do segundo filme com
o herói. Apesar de alguns bons momentos envolvendo um ator mirim, não temos nele a mesma dinâmica dos diálogos afiados dos filmes anteriores. O que leva à conclusão
de que a maior falha do novo filme está no que seria seu fundamento: o roteiro.
Homem de Ferro 3 não é um filme ruim
(com os defeitos de X-Men 3 ou os excessos
de Homem-Aranha 3). Vale a ida ao cinema, embora
não seja indispensável. Mas, sem dúvida,
falta-lhe a inteligência de seus antecessores. Vejamos então se os próximos filmes do
Marvel Studios se sairão melhor, correspondendo à enorme expectativa que
criam.