Durante todo nosso tempo de contato, entre
1997 e 2002, Flavio Colin e eu mantivemos uma correspondência bastante regular,
complementada por animados telefonemas. Certamente, em nenhum outro momento
nosso contato foi tão intenso quanto no período em que produzimos Estórias Gerais, através de uma conexão postal
entre Belo Horizonte (MG) e Teresópolis (RJ). Infelizmente, jamais tive o prazer de
me encontrar pessoalmente com o saudoso mestre, mas guardo todas as suas
cartas, e em especial as que acompanhavam os originais da HQ.
Uma das maiores emoções de minha vida foi
abrir o pacote contendo o primeiro capítulo do álbum. Junto a ele havia uma
pequena carta, que Colin começa dizendo: "Gostei muito de desenhar a sua
história". No mês seguinte, a carta que acompanhava o novo capítulo dizia: "Tive
muito prazer e satisfação em desenhar TENENTE FLORIANO ,
pois o roteiro criado por você é tão bom quanto o seu ANTÔNIO MORTALMA". Eu já
estava me sentindo a pessoa mais realizada do mundo, quando chegou o terceiro
capítulo, acompanhado de mais uma carta que concluía com a frase: "Você é o
roteirista que sempre me faltou".
Na última carta que Colin me escreveu durante
a produção da HQ, ele fez um balanço de nosso trabalho, com votos para que eu encontrasse
um editor para o álbum e para que voltássemos a trabalhar juntos (o que
felizmente aconteceu!). É exatamente essa carta que reproduzo acima. A entrevista
citada por Colin foi publicada na revista Caliban
n°7. Já as “quatro páginas coloridas” correspondem a "Estória de Onça", que
também saiu originalmente na revista Caliban
n°7.
Estórias
Gerais
ficou 3 anos na gaveta, só sendo lançado em 2001 com o apoio da Lei Municipal
de Incentivo à Cultura de BH. De lá para cá, ele teve uma bela trajetória,
ganhando vários prêmios, uma edição espanhola em 2006, a "edição especial" pela Conrad em 2007 e sua “edição definitiva” pela editora NEMO em 2012.
O álbum foi também um dos últimos grandes trabalhos de Flavio Colin; o saudoso mestre queria muito desenhar quadrinhos, e eu tive a honra e a sorte de trabalhar com ele. Hoje, neste “Dia do Quadrinhos Nacional”, fica ainda mais evidente a grande falta que ele nos faz!
O álbum foi também um dos últimos grandes trabalhos de Flavio Colin; o saudoso mestre queria muito desenhar quadrinhos, e eu tive a honra e a sorte de trabalhar com ele. Hoje, neste “Dia do Quadrinhos Nacional”, fica ainda mais evidente a grande falta que ele nos faz!
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