01/12/2010

“Quadrinho é minha cachaça!”


A frase que dá título a esta postagem me foi dita há mais de uma década pelo saudoso amigo Flavio Colin. O grande gênio e mestre de nossos quadrinhos a utilizava para expressar sua paixão por essa arte tão fascinante e ao mesmo tempo desprestigiada. Sendo sua “cachaça”, os quadrinhos levaram-no a deixar uma rentável carreira na publicidade para se dedicar novamente a desenhar personagens e histórias quase sempre muito brasileiras.

Mas seu amor pelas HQs e pelo Brasil sofria de um mal irreparável chamado mercado editorial brasileiro. O fato é que, em suas últimas décadas de vida, Colin não recebeu o devido reconhecimento por parte dos editores, que chamava de “tão relapsos e cretinos quando se trata de pagar a seus colaboradores” (a carta completa da qual tirei este trecho pode ser lida na seção Extras do Mais Quadrinhos). A história poderia ter sido bem diferente!

Fato é que os editores não souberam valorizar o maior talento de nossas HQs. Um artista que, como já escrevi numa postagem anterior, merecia lugar de destaque ao lado de outros mestres fundadores como Jack Kirby, Will Eisner, Osamu Tezuka e Hugo Pratt. Foi preciso que Colin falecesse para obras inéditas como Caraíba chegarem aos leitores. Felizmente, nos últimos anos vários textos têm surgido, trazendo a Colin o merecido reconhecimento.

O mais recente deles foi publicado no blog Gibi Rasgado de Lillo Parra (um dos caras que melhor escreve sobre quadrinhos no Brasil atualmente). Aproveito então para convidar todos a conferir esse texto. E ao amigo Lillo, só posso dizer que este “jovem veterano” agradece suas generosas palavras!

8 comentários:

Anônimo disse...

Caro Wellington,
me responda, por gentileza, uma dúvida.
Pedi o auxílio a um editor conhecido aqui de BH para olhar um projeto meu relacionado à produção de quadrinhos e ele acabou fazendo modificações de forma que o processo de editoração e não o quadrinho em si se destacasse. Optei por não considerar as modificações do editor. Ele se achou injustiçado e disposto a fazer uma campanha pública contra mim, limitando qualquer possibilidade do meu projeto ser aceito em qualquer instância. Como editor, o que acha disso? Desculpe-me o anonimato. abs

Wellington Srbek disse...

Desculpe, Anônimo, mas tenho por regra não responder a comentários anônimos.

Roberto Fialho disse...

Agora segue com meu nome

Caro Wellington,
me responda, por gentileza, uma dúvida.
Pedi o auxílio a um editor conhecido aqui de BH para olhar um projeto meu relacionado à produção de quadrinhos e ele acabou fazendo modificações de forma que o processo de editoração e não o quadrinho em si se destacasse. Optei por não considerar as modificações do editor. Ele se achou injustiçado e disposto a fazer uma campanha pública contra mim, limitando qualquer possibilidade do meu projeto ser aceito em qualquer instância. Como editor, o que acha disso?

Wellington Srbek disse...

Roberto, não tenho elementos para comentar seu problema.
O que posso dizer é que o papel do editor é viabilizar a produção e publicação de uma obra.
Quando há algum impasse, o ideal é as pessoas resolverem a questão entre si.
Abraço!

Anônimo disse...

cachaça boa é de Januária, a de Salinas também é boa, mas a de Januária é mais saborosa.

Caio Lima disse...

Realmente o talento desse mestre deveria ser mais prestigiado. É bom que mais iniciativas apareçam para a divulgação de seu trabalho. Não mais como esmolas, migalhas aos trabalhos nacionais, mas como opção de mercado, como é bem frisado em seus textos Wellington. Recentemente o governo adotou o Estórias Gerais para o acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE/2010. Eu mesmo tive o prazer de conhecer essa obra locando numa biblioteca estadual. Tomara que o acervo aumente cada vez mais, especialmente para as HQs nacionais de nossos grandes mestres como o Flávio Collin, ao lado de inciativas editoriais. Seria ótimo!

Wellington Srbek disse...

Anônimo, cachaça não é minha especialidade, mas eu também não respondo comentários anônimos.

Wellington Srbek disse...

Legal saber que descobriu o EG através do PNBE, Lucas!