No início da década de 1980, o “Universo DC” era amplo, múltiplo e confuso. Várias Terras, diversos heróis e vilões, um verdadeiro caos. Ora o Super-Homem enfrentava sua versão de uma Terra alternativa (em que os heróis são uma imagem invertida e maligna), ora o Flash de uma terra paralela (na qual os heróis já são cinquentões) se encontrava com sua versão mais jovem de “nossa realidade”. Isso sem falar na incrível variedade de kryptonitas, capazes de expor o Homem de Aço a situações ridículas. A necessidade de “colocar ordem na casa” foi a justificativa oficial para a DC Comics lançar em 1985 a série Crise nas Infinitas Terras, “a maior carnificina” da história das HQs.
Anunciada como uma “maxissérie em 12 partes” para celebrar os 50 anos da editora, Crise nas Infinitas Terras foi escrita por Marv Wolfman e desenhada por George Pérez (a dupla responsável pelo sucesso alcançado pelos Novos Titãs na primeira metade daquela década). Mas a princípio a série foi mal-vista pelos leitores mais antigos, pois sabia-se que o objetivo do projeto era reestruturar completamente o Universo DC, e nem os heróis consagrados escapariam ilesos. Ao final da série, as “infinitas terras” e dimensões paralelas foram reduzidas a apenas um mundo, e heróis como o Superboy e a Super-Moça foram apagados do mapa (bom, isso pelo menos até algum tempo atrás).
Contudo, a verdadeira crise que atingia a DC Comics tinha mais a ver com a queda na venda das revistas e a perda de espaço no mercado, do que propriamente com o fato de existirem várias versões do Batman. No início dos anos 80, o grande vilão contra o qual os super-heróis da editora lutavam era a concorrência da Marvel Comics. O avanço de personagens como os X-Men, Demolidor e o próprio Homem-Aranha fizeram com que a DC buscasse se adaptar aos novos tempos. O fato é que seus personagens principais, criados entre os anos 30 e 50, já não correspondiam ao que o público de meados dos anos 80 buscava.
Crise nas Infinitas Terras foi um novo “marco zero”, um novo ponto de partida para os antigos super-heróis da DC. Com seu término, praticamente todo o passado foi apagado e os principais heróis deveriam ter suas origens recontadas. Seguindo o exemplo do trabalho de Alan Moore na reformulação de Marvelman e Monstro do Pântano, a editora passou a recontar a origem de seus principais personagens: Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha. Para esta tarefa, foram contratados os autores mais populares do mercado norte-americano em meados dos anos 80: John Byrne, Frank Miller e George Pérez. Eu, que tive a sorte de começar a colecionar quadrinhos naquele momento, posso dizer que eles fizeram um ótimo trabalho!
Infelizmente, muito do que foi realizado na época acabou se perdendo ou sendo desvirtuado na sequência de erros editoriais e golpes de marketing das duas últimas décadas. O resultado era o esperado: novo esgotamento dos personagens e mais e mais trabalhos que nada acrescentam realmente (basta citarmos a recente Crise Infinita). No final das contas, as grandes editoras norte-americanas parecem não serem aptas a aprender com os erros e acertos do passado, e a verdadeira crise dos super-heróis irá mesmo se prolongar, infinitamente.
Anunciada como uma “maxissérie em 12 partes” para celebrar os 50 anos da editora, Crise nas Infinitas Terras foi escrita por Marv Wolfman e desenhada por George Pérez (a dupla responsável pelo sucesso alcançado pelos Novos Titãs na primeira metade daquela década). Mas a princípio a série foi mal-vista pelos leitores mais antigos, pois sabia-se que o objetivo do projeto era reestruturar completamente o Universo DC, e nem os heróis consagrados escapariam ilesos. Ao final da série, as “infinitas terras” e dimensões paralelas foram reduzidas a apenas um mundo, e heróis como o Superboy e a Super-Moça foram apagados do mapa (bom, isso pelo menos até algum tempo atrás).
Contudo, a verdadeira crise que atingia a DC Comics tinha mais a ver com a queda na venda das revistas e a perda de espaço no mercado, do que propriamente com o fato de existirem várias versões do Batman. No início dos anos 80, o grande vilão contra o qual os super-heróis da editora lutavam era a concorrência da Marvel Comics. O avanço de personagens como os X-Men, Demolidor e o próprio Homem-Aranha fizeram com que a DC buscasse se adaptar aos novos tempos. O fato é que seus personagens principais, criados entre os anos 30 e 50, já não correspondiam ao que o público de meados dos anos 80 buscava.
Crise nas Infinitas Terras foi um novo “marco zero”, um novo ponto de partida para os antigos super-heróis da DC. Com seu término, praticamente todo o passado foi apagado e os principais heróis deveriam ter suas origens recontadas. Seguindo o exemplo do trabalho de Alan Moore na reformulação de Marvelman e Monstro do Pântano, a editora passou a recontar a origem de seus principais personagens: Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha. Para esta tarefa, foram contratados os autores mais populares do mercado norte-americano em meados dos anos 80: John Byrne, Frank Miller e George Pérez. Eu, que tive a sorte de começar a colecionar quadrinhos naquele momento, posso dizer que eles fizeram um ótimo trabalho!
Infelizmente, muito do que foi realizado na época acabou se perdendo ou sendo desvirtuado na sequência de erros editoriais e golpes de marketing das duas últimas décadas. O resultado era o esperado: novo esgotamento dos personagens e mais e mais trabalhos que nada acrescentam realmente (basta citarmos a recente Crise Infinita). No final das contas, as grandes editoras norte-americanas parecem não serem aptas a aprender com os erros e acertos do passado, e a verdadeira crise dos super-heróis irá mesmo se prolongar, infinitamente.
2 comentários:
Também me incluo entre os que tiveram a sorte de ler esse material assim que saíram no Brasil pela primeira vez. Bons tempos. Havia um ar de novidade e empolgação no ar, em tempos em que a internet impedia o acesso a informações novas. O leitor realmente se surpreendia com o que acompanhava na revista e aguardava ansiosamente o que viria na seguinte. A DC tentou repetir esse clima outras vezes. Passou perto nesta última crise. Mas ainda não superou a original. Seus textos trazem boas recordações, Wellington. Abração, Paulo Ramos.
Pois é, os avanços tecnológicos não trazem só coisas boas. Antes da Internet e mesmo da Wizard, nós não sabíamos de quase nada que vinha pela frente e era sempre "novidade e empolgação" como você bem disse.
Abração também!
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