30/09/2010

Mais de Memórias Póstumas!


Desde meus primeiros fanzines no início dos anos 90, passando pelas séries de revistas na segunda metade daquela década, até os álbuns e edições especiais nos últimos dez anos, minha produção de quadrinhos teve lugar em edições independentes.

Publicar de forma independente tem suas virtudes, mas tem também muitas limitações. Ter que se preocupar com coisas como financiamento, distribuição e divulgação das edições acaba desviando tempo e energia que poderiam ser dedicados à criação em si.

Uma trajetória independente traz experiência ao autor, sendo muitas vezes a única alternativa para se ter um trabalho publicado. Mas, para quem busca viver de quadrinhos, as possibilidades trazidas pela publicação editorial são o melhor caminho. E com o mercado de quadrinhos em franco crescimento no Brasil, publicar através de uma editora tem se tornado uma realidade para muitos de nós.

No meu caso, após uma década e meia de publicação independente, tenho agora me dedicado a trabalhos publicitários e especialmente a projetos editoriais. Levou dois anos, mas o primeiro deles já está nas livrarias: a adaptação da obra-prima de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, com desenhos de J.B. Melado e lançada pelo selo Desiderata, da editora Agir do Grupo Ediouro.

Outros projetos estão a caminho. E enquanto eles não vêm, deixo com vocês mais uma página de amostra do álbum MPBC. Para quem ainda não conhece nossa HQ machadiana, fica o convite à leitura!

28/09/2010

1.000 páginas!


Dia desses, veio-me esta pergunta: será que com minhas edições independentes eu já publiquei 1.000 páginas de quadrinhos?

Só um jeito de descobrir, né? Pegar as edições e contar. Claro que, sabendo o número de páginas da maioria das histórias, não precisei contar página por página. Mas precisei estabelecer um critério nessa contagem, pois uma revista traz páginas editoriais, textos, anúncios, seções de cartas e outros complementos que não correspondem ao que podemos chamar de “páginas de quadrinhos”. Estabeleci então que contaria apenas as páginas das HQs, capas e ilustrações. Ou seja, o conteúdo quadrinístico propriamente dito de minhas revistas e álbuns.

Peguei então as cinco edições de Solar (159), as sete de Caliban (266), os álbuns Estórias Gerais (146), Quantum (62) e Muiraquitã (118), as revistas Fantasmagoriana (22), Mirabilia (24), Mystérion (24), Monstros (25), Apócripha (32) e Alienz (21), além das duas edições da nova versão de Solar (99). Também entraram na contagem as capas da coletânea Solar – Asas de Ícaro (1) e da revista Muiraquitã Especial (1). O resultado da contagem? Acreditem ou não, dá exatamente 1.000 páginas! Eu mal pude acreditar na coincidência.

Já fazia um tempo que eu pensava em escrever esta postagem para dividir com vocês este fato inusitado. A oportunidade surgiu e enfim aqui está. Para ilustrar o texto, escolhi uma página de minha obra mais conhecida, o álbum Estórias Gerais, desenhado pelo mestre Flavio Colin.

Olhando para trás, tenho a sensação de algo que se construiu com muita paixão e trabalho, numa longa trajetória independente. Uma história contada em 1.000 páginas de quadrinhos!

22/09/2010

Solar numa enciclopédia espanhola!


De tempos em tempos, o personagem Solar (criado por mim em 1994) me traz alguma surpresa. Foi com ele que iniciei minha carreira profissional e lancei minha primeira revista, em 1996. Sua série original foi meu primeiro trabalho mais extenso e elaborado, tendo sido concluída em 1998 na revista Caliban (com a qual ganhei meu primeiro Troféu HQ MIX). Solar já foi tema em diversas matérias e também figurou em trabalhos acadêmicos e uma dissertação de mestrado. Em 2009, este herói brasileiro de origem mítica e poderes xamanísticos ganhou uma nova versão e também uma exposição comemorativa no FIQ (o Festival Internacional de Quadrinhos realizado a cada dois anos em Belo Horizonte).

A nova surpresa que o personagem me trouxe foi sua inclusão num texto sobre quadrinhos brasileiros, publicado no sétimo volume da enciclopédia espanhola Del Tebeo al Manga (editada pela Panini). Partindo de um depoimento do professor Waldomiro Vergueiro, o texto dedica um parágrafo a meu personagem, incluindo ainda a capa da Solar n°1 e uma página da mesma edição, desenhada por Ricardo Sá. Já na capa daquele volume de Del Tebeo al Manga, ao lado de outros exemplos de “viñetas de género”, minha revista tem seu lugar, como todos podem conferir na imagem que ilustra esta postagem. Criado há mais de uma década e meia, Solar agora alça voos por conta própria!

15/09/2010

Uma nova HQ do curso de quadrinhos.


Uma das coisas mais bacanas em se dar aula de quadrinhos é, a cada semestre, ver chegar uma nova turma de meninos e meninas apaixonados pelos quadrinhos e ávidos por realizar suas próprias criações. No primeiro semestre, recebemos no Centro Cultural UFMG uma turma muito bacana, que continua comigo agora no Curso de Aperfeiçoamento. A cada aula o trabalho vai evoluindo e outras possibilidades criativas vão tomando forma. E enquanto alguns alunos descobrem novos caminhos, outros vão desenvolvendo o que haviam iniciado no primeiro semestre.

Este é o caso de Nina. Na história que produziu para o fanzine de nosso curso, ela nos apresentou a personagem Sadi, uma menininha meio sombria e um tanto “sádica”. Nos trabalhos deste semestre, a criativa desenhista está trabalhando novas situações com a Sadi, como é o caso da imagem que ilustra esta postagem. Nela, vemos apenas a sombra da personagem numa parede. Mas, a julgar pela faca em sua mão e pela expressão de medo na cara do gatinho, todos podem ter uma ideia de como ela é. E se ficaram curiosos para saber mais sobre a Sadi, aguardem as próximas postagens, nas quais publicarei a HQ de estreia dessa menininha “do mal”.

(Para ler outras HQs de alunos do meu Curso de Quadrinhos, basta clicar no marcador abaixo.)

10/09/2010

Memórias e quadrinhos.


As coisas andam muito agitadas por aqui, então não tenho tido condições de me dedicar a novos textos para o Mais Quadrinhos – snif!

Mas não temais, prezados leitores deste blog, pois vós não ficareis sem o que ler!


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Era 7 de setembro, o país começava a fechar a conta do feriadão para, enfim, iniciar de fato a semana. Por volta das 8 da noite, ao abrir meu e-mail, tive a surpresa de encontrar uma mensagem que trazia o link para um texto.

O emissor da mensagem era Lillo Parra, leitor de quadrinhos que, como eu, decidiu dividir com o mundo suas leituras e sua paixão pelas HQs. Em seu blog, Gibi Rasgado, encontramos textos que têm os quadrinhos como tema e a qualidade de serem muito bem escritos. Para quem curte quadrinhos, o resultado é sempre uma deliciosa leitura.

Mas, voltando à minha surpresa de 7 de setembro, o texto que Lillo me convidava a ler era sua resenha do álbum Memórias Póstumas de Brás Cubas. O texto, como outros de seu blog, traz um depoimento pessoal, misturando na medida certa memórias e quadrinhos.

Deixo então para que vocês mesmos confiram este excelente texto com as lisonjeiras palavras de Lillo:

http://lilloparra.blogspot.com/2010/09/ao-verme-que-primeiro-roeu-as-frias.html

05/09/2010

Memórias Póstumas de Brás Cubas, a graphic novel.


Tendo em mãos um exemplar de nossa adaptação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, a expressão que me vem é: ficou lindão!

Para mim, foi uma caminhada que começou há dois anos, quando produzi o roteiro para esta versão quadrinística da obra-prima de Machado de Assis. Depois veio a busca por uma editora, até que tive minha proposta de adaptação aceita pela Desiderata do grupo Ediouro. Mais ou menos ao mesmo tempo, em junho de 2009, tive a felicidade de ganhar como parceiro nessa travessia o amigo J.B. Melado.

Com o roteiro aprovado, os meses seguintes foram de muito trabalho artístico e algumas esperas por respostas da editora. E vendo agora o álbum impresso, posso dizer que valeu a pena, inclusive pelo privilégio de ler o elogioso prefácio de Moacyr Scliar.

Fica então o convite para que todos confiram esta nossa HQ machadiana!

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
(Coleção Clássicos em Graphic Novel)
Formato 28cm x 21cm
88 páginas
R$39,90